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21/12/2012

19/12/2012

12/12/2012

A NOSSA MAIS IMPORTANTE ENCARNAÇÃO

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“Cada encarnação é como se fosse um atalho nas estradas da ascensão. Por este motivo o ser humano deve amar a sua existência de lutas e de amarguras temporárias, porquanto ela significa uma benção divina, quase um perdão de Deus”. Emmanuel

  Se de um lado a boa lógica nos diz que nossa última encarnação é sempre a mais importante, pois mais uma vez temos a oportunidade de nos redimir dos erros passados, creio que esta atual, pelas deduções mais abaixo, é especialíssima. Creio firmemente que é a nossa mais importante existência de todos os tempos. Se conscientizarmo-nos deste fato, faremos com que nossos pensamentos, sentimentos e atitudes tomem salutar direção. Por exemplo, poderemos deduzir de que, se temos Jesus como guia e modelo, é imprescindível – nesta nossa mais importante existência - termos como meta o amor incondicional. Pois é esta modalidade de amar que irá ditar o conteúdo dos nossos textos e de nossos procedimentos diários e, por conseqüência, melhor iremos aproveitar dos ensinamentos espíritas nesta fundamental e decisiva existência.

  Para que a conclusão do tema deste seja confirmada pelo(a) leitor(a), atentemos aos textos abaixo de Santo Agostinho e também às conclusões que vêm logo a seguir.

a) “(O planeta Terra) há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que de orbe expiatório, mudar-se à em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus”.

Santo Agostinho, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo III, item 19

b) As características do Mundo de Regeneração:

O homem (...) ainda é de carne. (...) Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. (...) Eles (os mundos de regeneração)  representam a calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel”.

Santo Agostinho,  O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo III, item 17

c) “Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeram os primeiros átomos destinados a constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso”.

Santo Agostinho, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo III, item 19

  Dos depoimentos logo acima destaquei, em negrito, a expressão “degraus imperceptíveis”, a qual denota que não perceberemos de maneira evidente a passagem do nosso mundo, de Expiação e Provas, para a próxima e determinante etapa, a de Mundo de Regeneração. Consoante a esta condição, o Espiritismo nos faculta a possibilidade, através de pesquisa e do raciocínio lógico, de passarmos a enxergar o que parece não estar evidente.

  Se não há dúvida de que estamos num período de transição para um Mundo de Regeneração, vou além, tenho a convicção de que caminhamos a passos largos nessa bendita direção. Creio que toda esta atual convulsão mundial é importante prenúncio desta aprazível mudança, pois todos os sofrimentos atuais estão despertando o ser humano  a procurar um significado à vida. A Terra, com sua revolução interior, movimentando as placas tectônicas nos alerta e nos desperta para nossa também necessária revolução interior, com o propósito de movimentarmos as placas endurecidas de nossos corações.

  É saudável, caro(a) leitor(a), que duvide desta minha convicção de que caminhamos a passos largos para um Mundo de Regeneração. Ninguém tem a obrigação de crer na convicção de outrem. Mas, após as informações que vêm a seguir, procure liberar sua mente de idéias pré-concebidas que possam impedir o raciocínio dedutivo, para livremente poder refletir sobre os esclarecimentos oriundos de grandes mestres de nossa Seara. Comecemos pelo preposto imediato do nosso Mestre Jesus, Allan Kardec:

I - ALLAN KARDEC NOS DIZ QUANDO O ESPIRITISMO SE TORNARÁ CRENÇA COMUM EM TODO O MUNDO TERRENO:

   Antes de expor o dito de Kardec, entendamos que a expressão constante no título logo acima, “crença comum”, não necessariamente significa religião comum. Pois, talvez por um longo período as diversas religiões hoje existentes continuarão a ter suas atuais denominações. No entanto, Kardec esclarece que futuramente o princípio essencial de todas elas será calcado nos fundamentos espíritas, uma vez que estes são provenientes de leis da natureza. E toda lei da natureza, depois de revelada, se torna incontestável. Veja o exemplo da eletricidade, a qual por muito tempo foi  vista como feitiçaria e hoje universalmente compreendemo-la  como lei natural. Lembremo-nos também da lei da gravidade, que não obstante por muito tempo desconhecida da humanidade, hoje é aceita sem qualquer contestação. O mesmo ocorrerá com os temas Reencarnação, Pluralidade dos Mundos Habitados  e Comunicabilidade dos Espíritos, que, por serem leis naturais, no tempo certo todos seres humanos naturalmente irão crer. Portanto, o Catolicismo (por exemplo) continuará existindo, mas a diferença será que os seus seguidores irão crer na reencarnação, na pluralidade dos mundos habitados e em outros princípios e verdades já reveladas pelo Espiritismo.

  Retornando ao assunto-título deste parágrafo, muitos de nós, espíritas, não tivemos olhos para enxergar o que está claro e límpido como um lago cristalino: Kardec já nos informou quando o Espiritismo será implantado na Terra. Na questão 798 d’O Livro dos Espíritos, a qual tem como foco quando haverá a implantação do Espiritismo na Terra, Kardec nos esclarece que “(...) durante duas ou três gerações, ainda haverá um fermento de incredulidade, que unicamente o tempo aniquilará”.

  Como a boa lógica nos diz que após um período de incredulidade a única alternativa será um período de credulidade, façamos as contas para esclarecermo-nos sobre quando chegaremos a esse alvissareiro período. Antes, é importante dizer que, mesmo a expectativa de vida na época de Kardec ser bem inferior aos 70 anos, o fato é que as pessoas consideravam esta idade como sendo o tempo de uma geração. Agora, sim, façamos as contas:

a)     Se na época de Kardec uma geração correspondia a um período de 70 anos;

b)     Se Kardec afirma que o período de incredulidade durará  duas ou três gerações (140 a 210 anos);

c)      Se após o período de incredulidade vem o período de credulidade:

d)     Se O Livros dos Espíritos, que iniciou a Era do Espiritismo, foi editado em 1.857;

Então, fazendo as contas chega-se à seguinte conclusão:

Conclusão-I: O Espiritismo passará a ser crença comum no período compreendido entre os anos de 1.997 a 2.067.

II – CHICO XAVIER, NOS INFORMA QUANDO A TERRA SERÁ UM MUNDO DE REGENERAÇÃO:

No livro Plantão de Respostas, Volume II, Chico Xavier diz: “Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2.057”.

Percebamos que o ano de 2.057 está dentro dos limites preconizado por Kardec, no item Conclusão-I, logo acima. O que nos leva a crer que, quando os princípios espíritas estiverem implantados em todo o planeta, haverá uma revolução cultural em tamanha proporção, que veremos o alvorecer do tão esperado Mundo de Regeneração.

Conclusão-II: O Mundo de Regeneração terá seu alvorecer por volta de 2.057, ano este dentro dos limites de tempo em que Kardec afirma que o Espiritismo será Crença Comum.

III – BEZERRA DE MENEZES, NOS INFORMA QUANDO O ESPIRITISMO SERÁ IMPLANTADO NA TERRA.

No livro (*)Atitude de Amor, Editora Dufaux, Psicografia de Wanderley Soares de Oliveira, Bezerra de Menezes nos esclarece que para o Espiritismo ser implantado na Terra houve um planejamento na espiritualidade (como não poderia deixar de ser), e que a implantação teve uma delimitação de três períodos distintos de 70 anos.

O primeiro período de 70 anos (de 1.857 a 1.927) teve como foco a consolidação do fato de que o Espiritismo não é uma crença fundamentada em idéias humanas, mas, sim, o  Espiritismo é a Doutrina dos Espíritos.

O segundo período (de 1.928 a 1.997) teve como objetivos a proliferação dos Centros Espíritas  e a difusão do conhecimento espírita. Foi o período em que ficamos especialistas em fazer belos discursos, sem praticá-los! Passamos a ter conhecimento, mas, sem as correspondentes atitudes.

O terceiro e último período de 70 anos (1.998 a 2.067) é o que estamos vivendo neste momento! O que implica o quão essencial é crermos que nossa atual reencarnação é a mais importante de todas as existências que até hoje tivemos.

Sobre este último período, diz Bezerra de Menezes que é o período das atitudes, isto é, este é o momento de praticarmos o que até agora aprendemos com o Espiritismo. Por exemplo, se temos um belo discurso sobre fraternidade, chegou a hora de sermos fraternos.         Como disse Richard Simonetti, “Chegou a hora do conhecimento descer da cabeça para o coração”, ou como disse nosso também confrade Carlos Abranches: “Precisamos raciocinar com o coração e amar com o cérebro”. 

Conclusão – III: Bezerra de Menezes nos informa que a implantação do Espiritismo na Terra será no período de 1.997 a 2.067, período este dentro dos limites de tempo em que Kardec afirma que o Espiritismo será Crença Comum.

IV – CINCO RESPEITABILÍSSIMAS E VALOROSAS INSTITUIÇÕES ESPÍRITAS SERVEM DE CANAL PARA NOS INFORMAR QUE O MUNDO DE REGENERAÇÃO ESTÁ PRÓXIMO:

        Imaginemos o que é receber uma mensagem espírita que reforça e valida as conclusões de todos os itens anteriores, e, além disto, traz em seu bojo o endosso de cinco instituições reconhecidas em nosso país pela sua importância e, principalmente, credibilidade:

Instituição-1) Bezerra de Menezes (é nosso irmão desencarnado, mas não deixa de ter o peso e o valor de uma “instituição” pelas suas contribuições sobejamente sabidas por nós espíritas);

Instituição-2) Divaldo Franco (é nosso irmão e médium encarnado, mas também não deixa de ter o peso e o valor de uma “instituição” pelas suas contribuições sobejamente sabidas por nós espíritas);

Instituição-3) Conselho Federativo Nacional

Instituição-4) FEB- Federação Espírita Brasileira

Instituição-5) Revista Reformador

        Em janeiro de 2.005, a revista Reformador, traz um dos mais esclarecedores textos de Bezerra de Menezes sobre o momento atual do nosso mundo, do Espiritismo e também sobre nossas responsabilidades advindas dos fatos por ele mencionados.

        A mensagem foi recebida na última reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB do  ano de 2.004. Nosso amado benfeitor espiritual utilizou-se da mediunidade psicofonica de Divaldo Franco para dizer com todas as letras, sem deixar dúvida alguma sobre o teor do que tinha a nos passar, que:  “Não podemos negar que este é o grande momento de transição do Mundo de Provas e de Expiações para o Mundo de Regeneração”.

        Caro(a) leitor(a), para reforçar o ‘’obvio coloquei em negrito a expressão “este é o grande momento”. Mas antes de reforçar o óbvio, pergunto-lhe: A palavra “este” tem relação com o passado, com o presente ou com o futuro? Desculpe-me pela pergunta tão simplória.     A verdade é que todos nós sabemos que tal palavra tem a ver com o momento “presente”. Portanto, Bezerra não está se referindo ao futuro! Daí o fato de, no mesmo texto, Bezerra de Menezes complementar: “(...) Já não há mais tempo para adiarmos a proposta de renovação do planeta”.

        Mais uma dedução importante para nós espíritas: se Bezerra de Menezes afirma que já não há mais tempo para adiarmos a proposta de renovação do planeta, a lógica elementar nos leva à quarta conclusão, a seguir:

Conclusão – IV: Bezerra de Menezes nos informa que este é o grande momento de transição do Mundo de Provas e de Expiaçõespara o Mundo de Regeneração. Momento este   dentro dos limites de tempo em que Kardec afirma que o Espiritismo será Crença Comum.

V – OS ESPÍRITOS MARIA MODESTO CRAVO E JOANNA DE ÂNGELIS NOS ALERTAM SOBRE A RENOVAÇÃO QUE JÁ ESTÁ OCORRENDO EM NOSSO PLANETA!

Duas informações:

A primeira:

No livro Reforma Íntima Sem Martírio, lançado e editado nesta primeira década do século XXI (esta informação é importante), Editora Dufaux, psicografia de Wanderley Soares de Oliveira, o espírito Maria Modesto Cravo diz: “Uma geração nova regressa às fileiras carnais da humanidade para arejar o panorama de todas as expressões segmentares do orbe, interligando-as e projetando-as a ampliados patamares de utilidade. (...) É tempo de renovar”.

A segunda informação:

No livro Momentos de Harmonia, lançado e editado em 1.991 (esta informação é importante), Editora Leal, psicografia de Divaldo Franco, o espírito Joanna de Ângelis diz: “(...) dá-se neste momento a renovação do Planeta, graças à qualidade dos espíritos que começam a habitá-lo, enriquecidos de títulos de enobrecimento e de interesse fraternal”.

Caro(a) leitor(a), se você convive com crianças, pergunto-lhe: As crianças de hoje não são muito inteligentes? Sei qual vai ser sua resposta: “Sim, muito inteligentes!!!”

Por que são tão inteligentes? A resposta está na análise dos dois textos dos espíritos amigos acima: Informam-nos os amáveis espíritos Joanna de Angelis e Maria Modesto Cravo que, de poucas décadas para cá, os espíritos que estão nascendo em nosso planeta são muito especiais. São nobres de alma, são fraternais, e por natural dedução, inteligentes.

Esta alvissareira notícia de renovação do planeta, certamente a mais importante ocorrência depois da vinda de Cristo e do nascimento de Kardec, nos leva à quinta conclusão:

Conclusão – V: Os espíritos Joanna de Angelis e Maria Modesto Cravo nos informam que espíritos especiais (fraternos, nobres) estão retornando à Terra com o objetivo de arejar o panorama de todas as expressões segmentares do nosso planeta, com o objetivo de renová-lo, e esta renovação se dá dentro dos limites de tempo em que Kardec afirma que o Espiritismo será Crença Comum.

VI – O RESPEITADO MÉDIUM E ORADOR BAIANO, DIVALDO FRANCO, DISSE, EM PALESTRA PROFERIDA EM 1.999, QUE NO ANO DE 2.025 DUZENTOS MIL ESPÍRITOS ALTAMENTE EVOLUÍDOS RETORNARÃO À TERRA.

Caro(a) leitor(a), conforme a bem-vinda informação do título logo acima, mais a informação do item V, onde Joanna de Ângelis e Maria Modesto Cravo esclarecem-nos que espíritos nobres e fraternais (também inteligentes), estão retornando à Terra com o objetivo de ajudarem na renovação do planeta, podemos então formular a seguinte pergunta:

COMO SERÁ NOSSO PLANETA  TERRA EM 2.060?

A resposta da questão acima, a teremos de forma dedutiva:

a) Em 2.060 os espíritos nobres, fraternos e inteligentes que, segundo os amáveis espíritos Joanna de Angelis e Maria Modesto Cravo, já estão retornando à Terra, terão até 70 anos de idade;

b)     Em 2.060 os duzentos mil espíritos altamente evoluídos que reencarnarão em 2.025, segundo informação recebida (e divulgada) pelo respeitabilíssimo médium e orador Divaldo Franco, terão 35 anos de idade;

c)      Em 2.060 os atuais líderes mundiais e indivíduos outros que tendem ao mal ESTARÃO DESENCARNADOS!

Conclusão – VI: No ano de 2.060 estarão habitando a Terra espíritos que, pela sua índole, tem todas as qualidades para habitar um Mundo de Regeneração,   dentro dos limites de tempo em que Kardec afirma que o Espiritismo será Crença Comum.

PARA REFLETIRMOS:

Considerando que nós,  habitantes atuais da Terra:

a) Eventualmente não fazemos parte dos espíritos que nas últimas décadas do século XX iniciaram o retorno a este planeta, com nobreza no coração e espírito de fraternidade;

b) Com certeza, não fazemos parte dos espíritos altamente evoluídos que reencarnarão em 2.025;

A questão é: Como ficamos nós?

Bem, a oportunidade nos foi dada.

Somos habitantes da Terra num momento muito especial, o que é uma dádiva divina. Esta é grande oportunidade que temos de iniciarmos a reparação dos nossos erros pretéritos. Precisamos com toda nossa força, com toda nossa vontade, com todo nosso empenho, aproveitar desta oportunidade de aqui estarmos habitando este planeta que logo-logo pode nos dar a condição de termos um ambiente onde a tendência ao bem será a tônica. Como alcançarmos esta graça? A única solução é iniciarmos já nossa regeneração espiritual.

Sugiro três passos, para bem aproveitarmos dessa nossa atual existência:

Primeiro Passo:

Valorizarmos e agradecermos ao Mestre Jesus pela oportunidade de estarmos vivendo nossa mais importante encarnação de todas as existências que tivemos.

Sobre a importância da  reencarnação, relembremos o que disse o espírito Emmanuel: “Cada encarnação é como se fosse um atalho nas estradas da ascensão. Por este motivo, o ser humano deve amar a sua existência de lutas e de amarguras temporárias, porquanto ela significa uma benção divina, quase um perdão de Deus”.

Considerando que grande é a fila de seres que querem ter a oportunidade de reencarnar na Terra, e cientes de que poucos conseguem este retorno, então a afirmação acima, de Emmanuel, nos faz refletir como temos que agradecer por termos tido a oportunidade de sermos atuais moradores deste nosso amado planeta. Reflitamos: Por que dentre bilhões de espíritos que habitam as diversas dimensões do nosso planeta Terra, nós fazemos parte do percentual mínimo dos que vivem em sua superfíciejustamente na época da transição para o mundo de regeneração?

Segundo Passo:

Iniciarmos urgentemente um processo de auto-conhecimento.

A base de toda mudança comportamental é  o auto-conhecimento. E aí está a maior dificuldade do ser humano. O auto-conhecimento não é “uma das maiores” dificuldades, é (repito) “a maior” dificuldade do ser humano. Por exemplo, se somos avarentos, dissemos que somos “econômicos”; se somos prepotentes, afirmamos que sabemos reconhecer o nosso valor!

Para nos conhecermos, o Budismo nos ensina dois especiais procedimentos:

Atenção Plena: Que é a arte budista de observarmo-nos incansavelmente, procurando dirigir os olhos para nós mesmos. O que é um hábito que para ser desenvolvido exige esforço e grande força de vontade.

Interiorização: Que é o ato de enfrentarmos o nosso mundo interior e de  admitirmos para nós mesmos a natureza de nossos sentimentos. Isto é, não falarmos “eu nunca sinto mágoa”  ou “a raiva não faz parte de minha vida”. Este proceder de negar nossos sentimentos inferiores chama-se auto-ilusão, um proceder altamente destrutivo. A partir do momento em que admitimos nossos sentimentos inferiores, abre-se uma porta para aprendermos a ter autocontrole e nos dá condição de iniciarmos o processo de mudança.

Complementa a “interiorização” o ato de estudarmos nossas reações perante a vida. Por exemplo: quando alguém nos chama de “incompetente” e sentimos vontade de estrangulá-lo, devemos perguntar a nós mesmos “se sei que sou competente, por que senti tamanha raiva quando meu colega chamou-me de incompetente?”  Assim agindo estaremos nos dando a oportunidade de estudarmos e conhecer o porquê de nossas reações, o que é um importante passo para a mudança de comportamento.

Os dois procedimentos acima levam-nos a adquirir a maior riqueza que podemos ter: o auto-conhecimento, que é a base do desenvolvimento em todos os campos de nossa vida.

Sobre o tema auto-conhecimento, disse o espírito Ermance Dufaux (livro Mereça Ser Feliz, Editora Dufaux):

Não existe felicidade, sem pleno conhecimento de si mesmo. O mergulho nas águas abissais do mar íntimo é indispensável. E a convivência, nesse contexto, é a Escola Bendita. Saber os motivos de nossas reações frente aos outros, entender os sentimentos e idéias nas relações é preciosa lição para o engrandecimento da alma na busca de si próprio”.

Terceiro Passo:

Transformarmos em vivência prática nosso discurso sobre convivência e fraternidade, principalmente em nossa casa espírita.

Sobre o tema fraternidade, disse o espírito Ermance Dufaux (livro Unidos Pelo Amor, Editora Dufaux):

Antes dos projetos ‘além-paredes’, estimulemos a fraternidade, prioritariamente, ao próximo mais próximo, aquele que divide conosco as responsabilidades doutrinárias rotineiras em nossa casa espírita, encetando esforços pela convivência jubilosa e libertadora. Conviver fraternalmente deve ser a essência de nossa causa. O Centro Espírita, Escola das Virtudes Superiores, é oambiente de disciplina e treinamento dos novos modelos de relações (...).”

CONCLUSÃO:

No primeiro semestre do ano de 2.005 ouvi de uma presidenta de determinado Centro Espírita da cidade de São Paulo: “Dentro de nossa casa espírita havia muita intriga, muitas discussões e conflitos improdutivos. Um dia nossa equipe se reuniu e fizemos um acordo, o de sermos fraternos. Isto já faz um ano. Desde aquele dia até hoje, a fraternidade está presente entre nós. Sabe, nós descobrimos que ser fraterno é uma questão de escolha”.

Concluindo, podemos em nosso meio espírita escolher uma das duas opções seguintes:

a)   Sermos iniciadores ou propagadores de conflitos improdutivos entre irmãos do mesmo ideal, como ainda ocorre atualmente, ou

b)   Escolher sermos fraternos, aceitando nossas diferenças, isto é, exercitando a alteridade.

Sermos fraternos é - simplesmente - uma questão de escolha. Então, que nós que temos a dádiva de ter conhecido o Espírito Consolador, possamos  escolher o caminho da fraternidade e, com isto, merecermos ser habitantes da Terra em sua nova e breve etapa: Mundo de Regeneração!

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(*) Em setembro de 2.005 foi editado o que considero um dos mais importantes livros dos últimos tempos. Um livro que resgata Kardec e o Espiritismo. Pela sua qualidade, mereceu o prefácio do admirável espírita baiano Ildefonso do Espírito Santo, um homem cuja vida é exemplo do que é ser espírita e, que, com seu conhecimento e com seus mais de 80 anos de idade, não prefaciaria um livro em que não endossasse o seu conteúdo.

O livro traz textos curtos, educativos e elucidativos de Bezerra de Menezes e Eurípedes Barsanulfo, os quais -os textos - têm a função de mostrar um norte para o espírita e para o movimento espírita. Traz ainda a “Agenda 21”, que a vejo como um dos projetos mais sucintos e objetivos deste especial momento do Espiritismo. A “Agenda 21” foi elaborada pelo confrade espírita pernambucanoCarlos Pereira, Presidente da Associação dos Divulgadores do Espiritismo no Estado de Pernambuco.

O livro, ou opúsculo, tem pouquíssimas páginas, mas é um pequeno-grande livro. Recomendo-o: Livro Atitude de Amor, Editora Dufaux, Psicografia de Wanderley Soares de Oliveira. Pela importância do livro, divulgo os dados da editora, sem constrangimento e com muita alegria: Fone: (31) 3275-3953; E-mail: editora@ermance.com.br

Caso venha a ler o citado livro, provavelmente se motivará para ler o seu complemento: livro SEARA BENDITA (da mesma editora), o qual é importante (e esta é a palavra certa) para quem queira encontrar caminhos para o crescimento interior  e para o arejamento do movimento espírita.

[Este artigo é transcrição de um dos capítulos do livro “Aprimoramento Espírita”, de Alkíndar de Oliveira, Editora Truffa/2007]


Alkindar de Oliveira (São Paulo–SP)

01/12/2012

A MORTE NÃO EXISTE

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A morte é uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. Para além da campa, abre-se uma nova fase de existência. O Espírito, debaixo da sua forma fluídica, imponderável, prepara-se para novas reencarnações; acha no seu estado mental os frutos da existência que findou.
Por toda parte se encontra a vida. A Natureza inteira mostra-nos, no seu maravilhoso panorama, a renovação perpétua de todas as coisas. Em parte alguma há a morte, como, em geral, é considerada entre nós; em parte alguma há o aniquilamento; nenhum ente pode perecer no seu princípio de vida, na sua unidade consciente. O Universo transborda de vida física e psíquica. Por toda parte o imenso formigar dos seres, a elaboração de almas que, quando escapam às demoradas e obscuras preparações da matéria, é para prosseguirem, nas etapas da luz, a sua ascensão magnífica.
A vida do homem é como o Sol das regiões polares durante o estio. Desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer um instante por baixo do horizonte. É o fim, na aparência; mas, logo depois, torna a elevar-se, para novamente descrever a sua órbita imensa no céu.
A morte é apenas um eclipse momentâneo na grande revolução das nossas existências; mas, basta esse instante para revelar-nos o sentido grave e profundo da vida. A própria morte pode ter também a sua nobreza, a sua grandeza. Não devemos temê-la, mas, antes, nos esforçar por embelezá-la, preparando-se cada um constantemente para ela, pela pesquisa e conquista da beleza moral, a beleza do Espírito que molda o corpo e o orna com um reflexo augusto na hora das separações supremas. A maneira por que cada qual sabe morrer é já, por si mesma, uma indicação do que para cada um de nós será a vida do Espaço.
Há como uma luz fria e pura em redor da almofada de certos leitos de morte. Rostos, até aí insignificantes, parecem aureolados por claridades do Além. Um silêncio imponente faz-se em volta daqueles que deixaram a Terra. Os vivos, testemunhas da morte, sentem grandes e austeros pensamentos desprenderem-se do fundo banal das suas impressões habituais, dando alguma beleza à sua vida interior. O ódio e as más paixões não resistem a esse espetáculo. Ante o corpo de um inimigo, abranda toda a animosidade, esvai-se todo o desejo de vingança. Junto de um esquife, o perdão parece mais fácil, mais imperioso o dever.
Toda morte é um parto, um renascimento; é a manifestação de uma vida até aí latente em nós, vida invisível da Terra, que vai reunir-se à vida invisível do Espaço. Depois de certo tempo de perturbação, tornamos a encontrar-nos, além do túmulo, na plenitude das nossas faculdades e da nossa consciência, junto dos seres amados que compartilharam as horas tristes ou alegres da nossa existência terrestre. A tumba apenas encerra pó. Elevemos mais alto os nossos pensamentos e as nossas recordações, se quisermos achar de novo o rastro das almas que nos foram caras.
Não peçais às pedras do sepulcro o segredo da vida. Os ossos e as cinzas que lá jazem nada são, ficai sabendo. As almas que os animaram deixaram esses lugares, revivem em formas mais sutis, mais apuradas. Do seio do invisível, onde lhes chegam as vossas orações e as comovem, elas vos seguem com a vista, vos respondem e vos sorriem. A Revelação Espírita ensinar-vos-á a comunicar com elas, a unir os vossos sentimentos num mesmo amor, numa esperança inefável.
Muitas vezes, os seres que chorais e que ides procurar no cemitério estão ao vosso lado. Vêm velar por vós aqueles que foram o amparo da vossa juventude, que vos embalaram nos braços, os amigos, companheiros das vossas alegrias e das vossas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho, os quais participaram da vossa existência e levaram consigo alguma coisa de vós mesmos, da vossa alma e do vosso coração. Ao redor de vós flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, vos chama e mostra o caminho que tendes de percorrer.
Ó morte, ó serena majestade! Tu, de quem fazem um espantalho, és para o pensador simplesmente um momento de descanso, a transição entre dois atos do destino, dos quais um acaba e o outro se prepara. Quando a minha pobre alma, errante há tantos séculos através dos mundos, depois de muitas lutas, vicissitudes e decepções, depois de muitas ilusões desfeitas e esperanças adiadas, for repousar de novo no teu seio, será com alegria que saudará a aurora da vida fluídica; será com ebriedade que se elevará do pó terrestre, através dos espaços insondáveis, em direção àqueles a quem estremeceu neste mundo e que a esperam.
Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para nós, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volve à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna.
Essa pátria é a Imensidade radiosa, cheia de sóis e de esferas. Junto deles, como há de parecer raquítica a nossa pobre Terra” O Infinito envolve-a por todos os lados. O infinito na extensão e o infinito na duração, eis o que se nos depara, quer se trate da alma, quer se trate do Universo.
Assim como cada uma das nossas existências tem o seu termo e há de desaparecer, para dar lugar a outra vida, assim também cada um dos mundos semeados no Espaço tem de morrer, para dar lugar a outros mundos mais perfeitos.
Dia virá em que a vida humana se extinguirá no Globo esfriado. A Terra, vasta necrópole, rolará, soturna, na amplidão silenciosa.
Hão de elevar-se ruínas imponentes nos lugares onde existiram Roma, Paris, Constantinopla, cadáveres de capitais, últimos vestígios das raças extintas, livros gigantescos de pedra que nenhum olhar carnal voltará a ler. Mas, a Humanidade terá desaparecido da Terra somente para prosseguir, em esferas mais bem dotadas, a carreira de sua ascensão. A vaga do progresso terá impelido todas as almas terrestres para planetas mais bem preparados para a vida. É provável que civilizações prodigiosas floresçam a esse tempo em Saturno e Júpiter; ali se hão de expandir humanidades renascidas numa glória incomparável. Lá é o lugar futuro dos seres humanos, o seu novo campo de ação, os sítios abençoados onde lhes será dado continuarem a amar e trabalhar para o seu aperfeiçoamento.
No meio dos seus trabalhos, a triste lembrança da Terra virá talvez perseguir ainda esses Espíritos; mas, das alturas atingidas, a memória das dores sofridas, das provas suportadas, será apenas um estimulante para se elevarem a maiores alturas.
Em vão a evocação do passado, lhes fará surgir à vista os espectros de carne, os tristes despojos que jazem nas sepulturas terrestres. A voz da sabedoria dir-lhes-á: “Que importa as sombras que se foram! Nada perece. Todo ser se transforma e se esclarece sobre os degraus que conduzem de esfera em esfera, de sol em sol, até Deus”. Espírito imorredouro, lembra-te disto: “A morte não existe”.


por Leon Denis - Do livro: O Problema do Ser, do Destino e da Dor.

26/11/2012

A GRANDE CRISE - NOVA MENSAGEM DE DR BEZERRA DE MENEZES

MENSAGEM DE DR BEZERRA DE MENEZES:

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A Grande Crise
...Jesus volta para convidar-nos à compaixão.
Se não puderdes perdoar, pelo menos, desculpai aqueles que vos ferem, que vos magoam, e se não tiverdes forças para desculpar, pelo menos, permiti que a compaixão aloje-se nas paisagens tristes dos vossos sentimentos magoados.
A grande crise moral da sociedade anuncia a era nova.
Buscai ouvir, e escutareis em toda parte a musicalidade diferente de um mundo novo; fazei silêncio interior, e ouvireis a sinfonia dos astros.
Tende a coragem, pois, de amar, em qualquer circunstância, por que se amardes somente àqueles que vos amam, mais não fazeis do que retribuir, no entanto, se fordes capazes de amar a quem vos alveja com os petardes terríveis da ingratidão, da ofensa, da perseguição gratuita, vosso nome será escri to no livro do reino dos céus  e uma alegria inefável tomará conta de vossos corações preenchendo o vazio existencial.
Filhos e filhas da alma!
Vossos guias espirituais acercam-se-vos, e em torno dos vossos pensamentos enviam mensagens de paz para diminuir a agressividade e a violência.
Tornai-vos pacíficos no lar, no relacionamento, nas parcerias, no trabalho, na rua, no cluble... Onde estiverdes mantende a paz, sendo pacíficos para vos transformardes em pacificadores.
O mundo é o que dele têm feito os seus habitantes, mas, crede em mim, nunca houve tanto amor na Terra como hoje.
A violência e a exaltação do crime ganham manchetes, vendem na grande mídia alucinando as vidas, mas nos alicerces da sociedade o amor é o paradigma que nutre as existências de milhões de mães e pais anônimos, assim como de filhos abnegados e estóicos que  compreendem os mártires e os companheiros abnegados.
Não vos envergonheis de amar!
Na época da tirania o vosso amor é semelhante à terra que, exultante, arrebenta-se em flores como gratidão a Deus.
Sois as divinas flores da humanidade agradecendo a Deus a presença de Cristo Jesus na Terra.
Ide, ide em paz! Amai de tal forma que uma dor imensa de compaixão expresse o vosso amor para a vossa plenitude.
É a mensagem dos Espíritos-espíritas que aqui estamos convosco nesse dia dedicado à gratidão em nome do amor de Jesus-Cristo pelas suas ovelhas.
Muita paz, meus filhos!
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe e permaneça Ele conosco hoje, amanhã e sempre.
São os votos do companheiro paternal e humilde de sempre,
                                                   Bezerra

(Mensagem psicofônica através do médium Divaldo Pereira Franco, ao encerramento da sua conferência na Creche Amélia Rodrigues, na noite de 30 de setembro de 2012, em Santo André, (SP).
"A paz é o trocar o armai-vos uns contra os outros, pelo amai-vos uns aos outros" -  Divaldo P. Franco
"Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade."  - S. Boaventura

13/11/2012

ÁGUA FLUIDIFICADA

 

Meu amigo, quando Jesus se referiu à benção do copo de água fria, em seu nome, não apenas se reportava à compaixão rotineira que sacia a sede comum.

Detinha-se o Mestre no exame de valores espirituais mais profundos.

A água é dos corpos o mais simples e receptivo da terra. É como que a base pura, em que a medicação do Céu pode ser impressa, através de recursos substanciais de assistência ao corpo e à alma, embora em processo invisível aos olhos mortais.

A prece intercessória e o pensamento de bondade representam irradiações de nossas melhores energias.

A criatura que ora ou medita exterioriza poderes, emanações e fluidos que, por enquanto, escapam à análise da inteligência vulgar e a linfa potável recebe a influência, de modo claro, condensando linhas de força magnética e princípios elétricos, que aliviam e sustentam, ajudam e curam.

A fonte que procede do coração da Terra e a rogativa que flui no imo d’alma, quando se unem na difusão do bem, operam milagres.

O Espírito que se eleva na direção do céu é antena viva, captando potências da natureza superior, podendo distribuí-las em benefício de todos os que lhe seguem a marcha.

Ninguém existe órfão de semelhante amparo. Para auxiliar a outrem e a si mesmo, bastam a boa vontade e a confiança positiva.

Reconheçamos, pois, que o Mestre, quando se referiu à água simples, doada em nome da sua memória, reportava-se ao valor real da providência, em benefício da carne e do espírito, sempre que estacionem através de zonas enfermiças. Se desejas, portanto, o concurso dos Amigos Espirituais, na solução de tuas necessidades fisiológicas ou dos problemas de saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água cristalina, à frente de tuas orações, espera e confia. O orvalho do Plano Divino magnetizará o liquido, com raios de amor, em forma de bênção, e estarás, então, consagrando o sublime ensinamento do copo de água pura, abençoado nos Céus.

Obra: Segue-me/Chico Xavier através do Espírito Emmanuel

05/11/2012

Sonhos, Mensagens da Alma

sonhos

O Espírito, em sua jornada evolutiva, experimenta diferentes graus de emancipação quando está vinculado ao corpo físico. Um deles ocorre quando experimenta o sono do corpo, desprendendo-se dele para, em corpo espiritual, relacionar-se com outros em sua dimensão de origem. Quando retorna e desperta no corpo físico, traz suas impressões no formato de sonhos. Mas os sonhos não são apenas o resultante das vivências do espírito quando o corpo físico dorme. São também resultantes dos processos psíquicos oriundos do Inconsciente que, por compensação e complementaridade, inundam o campo da Consciência. A linguagem dos sonhos, com suas imagens, é simbó-lica, carecendo de decodificação para seu entendimento. Graças às pesquisas de Asserisnky e Kleitman, em 1953, a respeito do sono, descobriu-se que todos sonhamos e que sua ocorrência pode ser fisicamente detectada no chamado sono REM. C. G. Jung dizia que os sonhos não mentem nem falseiam e que são uma realidade do sonhador, trazendo valiosas informações sobre seu estado psíquico. Geralmente, quando o sonhador tenta interpretar seus sonhos, comete o equí-voco de fazê-lo segundo uma lógica da consciência que aponta para uma teleolo-gia utópica de que algo fatal poderá lhe acontecer. Os sonhos trazem informações importantes sobre o passado, o presente e as probabilidades quanto ao futuro, sob o ponto de vista do psiquismo que os gera. Em muitos casos, apresentam uma ou mais situações de conflito que denunciam o núcleo central da mensagem que querem transmitir ao ego. Fundamental é o entendimento de que a interpretação de seu significado pode ser de grande utilidade ao ser humano, principalmente quando se compreende o paradoxo que geralmente apresentam. Uma particularidade pode ser percebida nos chamados sonhos espirituais, cuja característica básica é a presença de espíritos desencarnados. Tais sonhos, em geral, se tratam de encontros com aque-les que já não mais se encontram em corpo físico e que mantêm contato com encarnados, testemu-nhando a continuidade da vida além da matéria. Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, informa que sonhar com desencarnados é um tipo de mediunidade.

Adenáuer Novaes                                                                 Psicólogo Clínico

Q.401 - Durante o sono, a alma repousa como o corpo?

“Não, o Espírito jamais está inati-vo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.

Q.402 - Como podemos julgar da liberdade do Espírito duran-te o sono?

“Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro…”

Q.404 - Que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos?

“Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledadores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito tem realidade, porém que, frequente-mente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corpo-ral...”

Allan Kardec                                                                                 O Livro dos Espíritos, 79ªed, Feb

Dormir: O Despertar Integral

Considerando que passamos, quase um terço das nossas vidas, dormindo, será que esse processo é apenas fisiológico, ou existe um significado mais profundo no ato de dormir?

Na visão espírita, dormimos não apenas para descansar o corpo, pois “adormecendo o homem, o espírito desperta”, conforme esclarecem os Espíritos na Q.416 de O Livro dos Espíritos. Explicam, adicionalmente, que esse processo serve como treino para a morte, pois o Espírito viven-cia, em parte, o que irá ocorrer após a desencarnação. É que, durante o sono, o espírito tem um vislumbre dos círculos da vida, que se desdo-bram além do plano físico, e pode ir neles se exercitando dia a dia, até o desenlace final.

De acordo com Joanna de Ângelis, durante o sono “a vida é mais espiri-tual do que física, enquanto na vivên-cia da ação corporal invertem-se os valores.” Exercitamos, pois, a reali-dade espiritual, muitas vezes com a percepção tolhida do ego ainda ima-turo.

Mas será que tiramos proveito efetivo dessa viagem? Isso varia de acordo com o nosso grau de con-sciência. É que transitamos no mun-do em graus variados de consciência,

desde a consciência de sono, até a consciência cósmica. Alguns, apesar de despertos no corpo, encontram-se em estado de sono profundo da consciência e não conse-guem perce-ber os fenô-menos da vida além dos seus sentidos físicos. Guia-dos quase exclusiva-mente pelos intuitos egoi-cos, não se dão conta da realidade espiritual que nos cerca, e permanecem “dormindo” por longo tempo, até que decidam por desper-tar.

Quando conseguirmos nos liber-tar das sombras em que nos encon-tramos, ampliando as lentes do espírito que somos, entenderemos que dormir é muito mais do que descansar: é a possibilidade do despertar integral. Despertar para a vida e para as inúmeras possibilida-des de crescimento que nos cercam; despertar para a realidade que nos aguarda após a vida física; desper-tar para esse um terço de vida que desperdiçamos e que possibilita nos conhecer e viver a realidade do espírito que somos.

Iris Sinoti                                                                               Terapeuta Junguiana -

Sonhos Fisiológicos, Psicológicos e Espirituais

A causa dos sonhos e o seu signi-ficado sempre foram motivo de grande curiosidade e preocupação. Em O Livro dos Médiuns, Allan Kar-dec destaca que a Ciência de seu tempo jamais explicou as origens de tais fenômenos. As explicações atuais, ainda incompletas, que con-sideram apenas as razões psicofisio-lógicas – enfermidades, transtornos psíquicos, condições de vida profis-sional e econômica, influências relativas aos costumes da moderni-dade, tais como o uso de drogas lícitas e ilícitas, a sexualidade como produto descartável, as ansiedades e o stress gerados por todo esse processo, acrescidos às condições políticas mundiais a nos trazerem expectativas com relação ao futuro – realmente originam sintomas, os mais diversos, a refletirem na quali-dade do sono. Porém, o que a Ciên-cia insiste em ignorar são as razões espirituais – experiências contun-dentes relacionadas às vidas anteri-ores que interferem nos relaciona-mentos e comportamento da exis-tência atual, as influências de men-tes e emoções de desencarnados sobre os indivíduos, estejam ou não relacionadas diretamente às suas ações pregressas, além de conflitos de ordem interna relativos à sua própria herança genética.

Com O Livro dos Espíritos, ques-tões 400 a 412, deduzimos: somos herdeiros de nós mesmos, ou seja, a nossa história se repete porque insistimos em desempenhar os mesmos personagens. O atual mo-mento é de reflexão e de mudanças na maneira de agir e de pensar e de, sem receios, desenvolvermos valores e virtudes. Este é o cami-nho.

Sonia Theodoro da Silva

Pesadelos

Até que ponto podemos fugir de nós mesmos? Terá a Vida mecanis-mos para nos despertar de nosso sono psicológico profundo? Nosso livre arbítrio é interrompido durante o sono físico? Todos nós sonha-mos, no entanto, nem todos nos lembramos de nossos sonhos ou gostamos de sonhar. Sonhar é simplesmente continuar a viver, entrando em contato com dimen-sões intrapessoais frequentemente esquecidas. Pesadelos podem ser resultado das experiências inconsci-entes não processadas ou do reen-contro com companheiros encarna-dos e desencarnados através do desprendimento parcial que ocorre no sono físico. Mantendo nosso livre arbítrio, escolhemos com quem sintonizamos e para aonde nos encaminhamos. Por outro lado, somos beneficiados com experiên-cias do nosso inconsciente que podem ser interpretadas como pesadelos e que nos permitem despertar para a imortalidade da alma. Independente da sua natu-reza, o pesadelo sempre apresenta convite da Vida para o autoencon-tro. O pesadelo sempre fala de nós para nós, sendo representação interna do próprio ser. Analisá-lo com humildade e coragem, supe-rando o medo inicial, denota opor-tunidade de crescimento, por apre-sentar experiências que necessitam de uma abertura consciencial para seu entendimento e reintegração. A preparação para um sono tran-quilo através da prece, de ativida-des e pensamentos elevados, inclu-indo a leitura salutar, optando por sintonizar com os benfeitores espi-rituais, se faz essencial para que possamos aprender, servir e evolu-ir durante o descanso físico.

Karina Cardoso                                                                            Psicoterapeuta

Estados Diferenciados de Consciência

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, afirma que “o homem traz em sua consciência a lei de Deus”, e que essa consciência é preexistente ao homem encarnado, portanto, atributo do Espírito.

O bioquímico Robert De Ropp in-cluiu, em seu campo de pesquisas científicas, o estudo dos estados alte-rados de consciência. Em 1968, inspi-rado por George Ivanovitch Gurdjieff, propôs a Psicologia Criativa como um método de amplia-ção da consciência, que integra informações das experi-ências acumuladas.

Na estrutura da vida psíquica do indivíduo, a consci-ência do eu pode mudar de nível, desde os mais pri-mitivos aos trans-cendentes, seguin-do a sua atualiza-ção natural, propici-ando maior lucidez e integração.

Em uma análise embasada no siste-ma de psicologia e espiritismo, os diferentes estados de consciência se evidenciam pelos seguintes níveis:

Primeiro – o sono sem sonhos – há uma total ausência de idealismo e o ser é mais fisiológico do que psicológi-co. Dorme, come, procria, e a ausên-cia da vontade contribui para o lento avanço do instinto à conquista da lógica e da razão.

Segundo – o sono com sonhos – surgem os primeiros sinais de idealis-mo, de interesse. O ser libera clichês, passando pelas fases dramáticas, os pesadelos, os pavores; depois, os da libido e os reveladores.

Terceiro – o sono acordado – o ho-mem começa a se observar e a obser-var o outro, ampliando o grau de rela-cionamento social e emocional, no

qual a determinação e a vontade conduzem o ser à descoberta da finalidade da sua existência, ao autoencontro.

Quarto – transcendência do eu – há uma revolução da consciência, objetivando à interiorização para a percepção subjetiva da realidade. Escolhendo a conduta cristã como mecanismo facilitador da evolução, supera conflitos, angústias e não se identifica com conteúdos psicológi-cos afligentes. Tão natural se torna-rá a vivência nesse estado de cons-ciência que logo alcança o próximo nível.

Quinto – consciência cósmica – a sinceridade e a vontade emanam do coração, fazendo luz íntima para a compreensão da verdade, vinculan-do-se com a consciência cósmica.

Pelo autoamor, a criatura se unirá ao Criador, através das reen-carnações, efetuando a sua realiza-ção profunda, pois quem se ilumina sente e irradia amor.

Evanise M Zwirtes                                                                       Psicoterapeuta

Sonhos no Processo de Individuação

Ao longo da história da humanidade, várias culturas dedicaram-se ao estudo e observação dos sonhos na tentativa de desvelar o seu significado. Há relatos de templos dedicados à cura na antiga Grécia – em homenagem ao deus Asclépio – porque os gregos acreditavam que os deuses neles se manifestavam com as respostas necessárias para que a cura se estabelecesse. No Egito, encontramos os relatos bíblicos de José, que, ao decifrar corretamente os sonhos do rei, conseguiu não somente salvar a própria vida como também poupar o Egito de passar por graves dificuldades.

Milênios mais tarde, a psicologia voltaria a se interessar pelo fenômeno onírico, chegando Sigmund Freud a encontrar nos sonhos “ a estrada real para o inconsciente.” Apoiado nas descobertas do pai da psicanálise, mas chegando a interpretações e conclusões que ampliavam o olhar além da sexualidade humana, Jung concluiu que “dentro de cada um de nós há um outro que não conhecemos. Ele fala conos-co através dos sonhos.”

Foi na observação atenta dos sonhos dos seus pacientes (Jung julga ter analisado por volta de 80 mil sonhos) que ele descobriu um papel fundamental dos sonhos na psique: eles estão a serviço do nosso processo de individuação, segundo o qual o indivíduo desenvolve as suas potencialidades e faz emergir, à consciência, sua personalidade como um todo. Traduzindo para a visão espírita, os sonhos estão a serviço do espírito em sua jornada evolutiva.

Recordo-me, certa feita, que estava numa grande dúvida sobre qual caminho seguir no trabalho ao qual me dedicava. Deveria permanecer em um tipo de atividade ou seguir um novo rumo? À noite, em prece, solicitei amparo à espiritualidade; uma luz, um norte que me pudesse guiar. E eis que sonho per-correndo uma estrada, com amplas propriedades dos dois lados. Ouvi uma voz que me dizia: agora novas plantações o aguardam ... Despertei. Entendi, nessa experiência, porque devemos prestar atenção aos sonhos, que conseguem revelar a nossa própria natureza, retratar nossos desejos e anseios, mostrar encontros espirituais e, acima de tudo, servir ao grande propósito de desenvolver o ser que nascemos para ser.

Cláudio Sinoti                                                                          Terapeuta Junguiano

Jornal de Estudos Psicológicos - Ano V l N° 25 l Novembro e Dezembro 2012      www.spiritistps.org - E-mail: spiritistps@spiritistps.org

09/10/2012

CRIANÇAS INDIGO E CRISTAL -informações básicas para pais

crianindigo

Informação básica para pais de Crianças Indigo/Cristal


Na interação e no cuidar da sua criança Índigo/Cristal precisam de ter em mente que a sua criança é muito diferente de vocês. O que funcionou com vocês em crianças não irá funcionar para elas.
As principais áreas a que terão de ajustarem-se são:

1. A criança Índigo/Cristal é um ser com Orientação Cerebral Direita.
2. A criança Índigo/Cristal é Super Sensível ao stress ambiental.
3. A criança Índigo/Cristal é sensível à comida e irá desenvolver frequentemente Alergias Alimentares.
O que é que isto significa para vocês?                                         

1. ORIENTAÇÃO CEREBRAL DIREITA
As crianças Indigo e Cristal operam primariamente a partir do Cérebro Direito. Isto significa que são criativos, imaginativos e emocionalmente inteligentes. Contudo, a nossa cultura é primariamente orientada pelo cérebro esquerdo, o que significa que é linear, racional e lógica.
As dificuldades surgem quando a criança entra para o sistema escolar e precisa de adaptar-se ao seu modo de funcionamento. Um “cérebro-à-direita” aprende muito depressa e muitas vezes dá pulos intuitivos que demonstram uma inteligência estonteante. Mas o sistema escolar é conduzido por um funcionamento cerebral esquerdo o qual é repetitivo, rotineiro, organizado e linear/cumulativo. Esta abordagem “mais lenta” significa que a criança começa a sentir-se aborrecida muito depressa e perde o interesse. Geralmente depois começa a procurar outros meios para estimular o seu interesse. Isto leva a que muitas Crianças Índigo sejam etiquetadas como tendo Transtorno de Défit de Atenção (TDA) ou/e Hiperatividade (TDAH) e são muitas vezes medicadas com Ritalina, quando de fato não existe nada de errado com elas a não ser aborrecimento.
Por causa da sua inteligência intuitiva, elas também podem muitas vezes ir passando os vários anos do sistema escolar sem que se apercebam que não conseguem ler ou escrever “corretamente”. Isto leva a que muitas vezes a criança seja etiquetada como disléxica, outro estigma.
Isto é muito danificante porque a Criança Indigo tem um sentido forte de ser “perfeita”, e está aqui numa “missão”. Se lhe é dito que é disfuncional ou que “há alguma coisa de errado com ela”, vai ficar traumatizada e, ou procurar a cura, ou disfarçar essa mágoa. Isto pode levar, nos anos da adolescencia, ao abuso de drogas ou a distúrbios alimentares, como meios de cura ou de esconder o trauma.
É vital e importante que a Criança Índigo ou Cristal seja reconhecida como diferente mas não disfuncional. Se a diferença for honrada e manejada, a criança irá crescer de um modo equilibrado, mas se não, irá levar à disfunção e a problemas.    

2. SENSIBILIDADE AO STRESS AMBIENTAL
A sua criança é também muito mais sensível do que o que vocês foram ou são. É a audição, a visão, e os sentidos que são muito mais desenvolvidos que os seus. Isto faz parte da mudança evolucionária, à medida que os humanos se tornam mais abertos e sensíveis.
O que isto significa é que a sua criança vai ficar estressada e perturbada por sons altos, por multidões, música aos berros e pela televisão. A sua resposta pode tanto ser fechar-se e deprimir-se, como permitir os estímulos e tornar-se hiperativa e destrutiva.
Sendo assim, a Criança Índigo/Cristal, precisa de um ambiente em casa tranquilo e calmo, com o mínimo de brinquedos, jogos eletrônicos, e engenhocas, e certamente não usar a televisão como babysitter. Existe uma correlação quase direta entre a quantidade e tipo de TV que é absorvida e o comportamento da criança.
O stress ambiental também inclui a relação entre os pais. Se existir abertura ou agressão não expressa, verbal ou não verbal, no lar, a criança irá apanhá-la e desenvolverá mecanismos disfuncionais ou defensivos. Não conseguem esconder nada de uma Criança Índigo/Cristal, ela “lê” o seu campo de energia e percebe exatamente aquilo que pensam e sentem mesmo que permaneça não dito.                                                                  

ALERGIAS ALIMENTARES
O Corpo físico de uma Criança Indigo/Cristal também é muito sensível. Muitas vezes elas não conseguem tolerar comida processada e os seus aditivos. E também reagem mal ao açúcar e a cafeína..
Isto significa que os doces, as bebidas artificialmente coloridas tortas, hamburguers, e chocolates, irão criar um comportamento hiperactivo e disfuncional na criança. Dar um chocolate, ou uma Coca-Cola, a uma Criança Índigo/Cristal é, literalmente, o equivalente a dar-lhe uma droga. O seu sistema vai reagir tornando-se sobreativo - produzindo um maior comportamento hiperativo seguido por uma queda, quando os efeitos esgotarem-se, e a criança for abaixo e sofrer de uma retirada dos sintomas do açúcar e da cafeína.
Isto pode também, significar que um dieta “normal” não será tolerada por muitos Índigos. A galinha e a carne estão cheias de hormonios, antibióticos, e químicos, e a maior parte da comida embalada e processada, que se compra nos supermercados, também contêem químicos que podem não ser tolerados. Somando a isto, a criança pode ser intolerante ao trigo e a laticínios, produzindo sintomas como eczemas, problemas digestivos, sinusite e desordens relacionadas com a garganta, ouvidos e nariz.
Linhas de Orientação para Lidar com estes Problemas    

EDUCAÇÃO
A sua Criança Indigo/Cristal irá reagir bem a um sistema educacional que equilibre o cérebro direito e esquerdo e que inclua criatividade na forma de música, arte, dança, e teatro..
Provavelmente o melhor sistema para estas crianças é o Sistema Waldorf que maximiza inicialmente o elemento cerebral direito enquanto desenvolve o esquerdo como suporte. Foca também a integração da criança no seu corpo, uma vez que muitas crianças Indigo lidam com os seus traumas ao se tornar “aluada” ou escapando dos seus corpos.
Se a sua criança fizer um teste para identificar TDA ou TDAH, seja cauteloso em medicá-la com Ritalina, que é um medicamento (com efeitos secundários e sintomas de isolamento) usado para ajudar os pais e professores a lidarem em vez de simplesmente a assistirem. Existem alternativas dietéticas e homeopáticas menos prejudiciais e mais efetivas.                                               

STRESS AMBIENTAL
Nos primeiros anos de vida da criança tentar minimizar os barulho e o stress. Isto significa diminuir as atividades “violentas”, os jogos eletrônicos, e a televisão.
Incentivar a brincadeira, a imaginação, livros e leitura destes, colorir desenhos, e histórias.
Basicamente, criar, o mais possível, um ambiente calmo e tranquilo.                                                                            

COMIDA
Esta é a mais difícil de monitorizar, já que o consumo conveniente e a pressão dos colegas significam que a criança vai ser exposta à sedução da “comida de plástico”.
Tentem focarem-se em alternativas naturais, orgânicas e saudáveis.
Se a criança sofrer de mudanças de humor ou alergias pode haver a necessidade de identificarem o problema alimentar e criar um plano mais equilibrado nutricionalmente.
FONTE:Celia Fenn
http://www.starchildglobal.com/portuguesa/

Livro / Crianças Índigo - Uma Geração de ponte com outras dimensões
Livro /Poder Índigo e Evolução Cristal
Livro /Crianças Índigo
Autor: Tober, Jan; Carroll, Lee
Editora: Butterfly Editora
Categoria: Espiritualismo / Espiritualismo
Livro /Nova Geração - A a Visão Espírita Sobre Crianças Índigo e Cristal
Autor: Franco, Divaldo
Editora: Leal Livraria Espirita
Categoria: Espiritualismo / Espiritualismo

ASSISTA O VÍDEO

03/10/2012

03 de Outubro – Aniversário de ALLAN KARDEC

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53 anos depois do seu nascimento (18 de abril de 1857) raiou para a humanidade a “Era Espírita”, ao surgirem nas prateleiras das livrarias os primeiros volumes de “O Livro dos Espíritos”.

No dia 3 de outubro de 1804, às dezenove horas, na casa do magistrado Jean-Baptiste-Antoine Rivail localizada na cidade de Lyon à Rua Sala, 76, na França, sua esposa Jeanne Louise Duhamel dava à luz uma criança do sexo masculino. Era Denizard-Hippolyte-Léon Rivail.

FORMAÇÃO ESCOLAR E O INSTITUTO DE YVERDUN
Desde pequeno o menino Rivail revelou-se bastante inteligente e sagaz observador, sempre compenetrado de seus deveres e responsabilidades, denotando franca inclinação para as ciências e para os assuntos filosóficos. Seus primeiros estudos foram realizados em Lyon, sua cidade natal. Mais tarde, com a idade de 10 para 11 anos, Rivail foi enviado para Yverdun, na Suíça, para completar e enriquecer sua bagagem escolar.

O Instituto de Yverdun, que funcionava no castelo construído em 1135 pelo duque de Zähringen, era freqüentado todos os anos por grande números de estrangeiros, pois era tido como a escola modelo da Europa; era dirigido pelo professor-filantropo de nacionalidade suíça Johann Heinrich Pestalozzi, cujo apostolado pedagógico era bastante conhecido, o que lhe conferiu o cognome de “O Educador da Humanidade”.

Línguas, raças, crenças, culturas e hábitos diferentes ali se misturavam, aprendendo as crianças e os jovens, na vivência escolar, a lição da fraternidade, da igualdade e da liberdade.

Pestalozzi pregava que o amor é o eterno fundamento da educação. Em seu Instituto não havia castigos ou recompensas. O ensino era heurístico: aquele em que o aluno é conduzido a descobrir por si mesmo, tanto quanto possível por seu esforço pessoal, as coisas que estão ao alcance de sua inteligência.

A história, a literatura, todos os ramos dos conhecimentos humanos eram ensinados em Yverdun, dentre os quais descrevemos alguns: NOÇÕES GERAIS, PORÉM EXATAS, DE MINERALOGIA, BOTÂNICA, ZOOLOGIA E ANATOMIA COMPARADA; UM CURSO ABREVIADO DE HISTÓRIA NATURAL; ELEMENTOS DE FISIOLOGIA E PSICOLOGIA; LIÇÕES DE FÍSICA EXPERIMENTAL E DE QUÍMICA; ESTUDO DE LINGUAS MORTAS OU ANTIGAS (principalmente o grego e o latim); LÍNGUAS ATUAIS DA ÉPOCA (italiana, inglesa, francesa, alemã e outras); ESTUDO GERAL DE MATEMÁTICA (dividido em quatro seções: CÁLCULO TEÓRICO E PRÁTICO, e ARITIMÉTICA SUPERIOR; ÁLGEBRA, OU ARITIMÉTICA LITERAL E UNIVERSAL; GEOMETRIA; MECÂNICA, COM NOÇÕES DE ASTRONOMIA E GEOGRAFIA MATEMÁTICA.

Vale a pena saber que o Instituto de Yverdun possuía em média 150 alunos que se obrigavam a uma carga horária diária de 10 horas. Aos domingos, numa assembléia geral, passava-se em revista o trabalho da semana. Pestalozzi dava também bastante importância ao canto: cantava-se nos intervalos das lições, nos recreios e nos passeios. A música e o canto adquiriram ali grande impulso entre 1816 e 1817 com o notável compositor suíço Xaver Schnyder von Wartensee.

Pestalozzi foi um tipo de cristão sempre zeloso, mas eqüidistante do misticismo, dos preconceitos e das paixões religiosas, apesar de pertencer à Igreja reformada.

Acredita-se que Pestalozzi tivesse alguma noção da vida após a morte, pois numa carta que escreveu à sua amiga condessa Franziska Romana von Hallwyl, que procurara consolá-lo da dolorosa perda de um professor, o pedagogo lhe disse, confiante: “Vossa fidelidade e vossa amizade a seguirão no outro mundo, nós a reencontraremos e juntos nos rejubilaremos com alegria.”

O ALUNO RIVAIL
Assim, depois de algumas informações sobre o ambiente em que Rivail estudou e se educou, voltamos a falar sobre a sua pessoa ainda como jovem escolar lionês.
Dotado da avidez de saber e de agudo espírito observador, adquiriu ele desde cedo o hábito da investigação . Contam alguns biógrafos que, quando estudava Botânica, Denizard se interessava tanto que passava um dia inteiro nas montanhas próximas a Yverdun, com sacolas às costas, à procura de espécimes para o seu herbário.
Aos quinze anos, Rivail já conhecia as divergências religiosas observadas no próprio corpo docente, com alunos católicos romanos e ortodoxos, bem como protestantes de diferentes seitas, a se desentenderem sobre a interpretação dos textos escriturísticos, sobre a validade dos dogmas e de outras questões, embora, no fundo, todos formassem uma família unida pelos laços de amizade que sadio companheirismo gerara. Tudo isso levou Denizard a conceber, já naquela idade, a idéia de uma reforma religiosa, com o propósito de conseguir a unificação das crenças.
DE YVERDUN A PARIS
Embora não se possa afirmar, presume-se que Rivail tenha permanecido no Instituto de Yverdun até 1822, talvez desempenhando a função de submestre, senão, mestre, mesmo, seguindo depois para Paris – à Rua Harpa, 117, um dos principais eixos da vida universitária parisiense, onde ficava situado o Liceu Saint-Louis (antigo “Collège d’Harcourt”), estabelecimento escolar respeitado da Universidade. Lá, Denizard encontraria excelentes oportunidades para continuar suas atividades educacionais.

RIVAIL E AMÉLIE BOUDET
Vivendo em Paris, no mundo das letras e do ensino, Rivail conheceu a Srta. Amélie Boudet. De estatura baixa, bem proporcionada, de olhos pardos e serenos, gentil e graciosa, vivaz nos gestos e na palavra, denunciando penetração de espírito, Amélie nasceu em Thiais, comuna do departamento parisiense de Val-de-Marne, a 23 de novembro de 1795. Filha única de Julien-Louis Boudet, proprietário e tabelião, homem portanto bem colocado na vida, e de Julie-Louise Seigneat de Lacombe, recebeu na pia batismal o nome de Amélie-Gabrielle Boudet.
Após cursar a escola primária, a jovem estabeleceu-se em Paris com a família, ingressando numa Escola Normal, de onde saiu diplomada professora de 1ª classe. Alguns documentos revelam que a Senhorita Amélie também fora professora de Letras e Belas-Artes. Culta e inteligente, chegou a dar à luz três obras, assim nomeadas: “Contos Primaveris”, 1825; “Noções de Desenho”, 1826; “O Essencial em Belas-Artes”, 1828.
Em 6 de fevereiro de 1832, Denizard e Amélie firmam o contrato de casamento. Agora viveriam juntos sobre o mesmo teto até que a morte os separasse.
O POLIGLOTA
Rivail possuía uma instrução extensa e variada, conhecia também outros idiomas: o Alemão – sua língua adotiva; o Inglês, Holandês, como também eram robustos seus conhecimentos do Latim, do Grego, do Gaulês e de algumas línguas latinas nas quais se exprimia corretamente.

RIVAIL TERIA SIDO MÉDICO?
Apesar de alguns biógrafos dizerem que Rivail teria sido médico, podemos dizer que houve um mau entendido; analisemos o que escreveu André Moreil, biógrafo de Allan Kardec no livro “Vida e Obra de Allan Kardec”, 1977, Editora EDICEL, página 23:
“… fez (Rivail) estudos médicos como os primeiros Pestalozzi originários de Lyon e colheu em seus estudos sobre a eletricidade provas da existência Espírita.”
Porém, em outro capítulo Moreil fala de outra maneira. Vejamos o que se lê na página 32:
“Consta que teria estudado medicina e até mesmo sustentado tese, aliás com muito brilho. Para nós subsiste a dúvida. É certo que o jovem Rivail tinha boa cultura humanista, e grande desejo de aprender. Interessava-se pelas “humanidades”, como pelas “ciências”: entre estas, a Física, a Química e a Geologia; a Biologia também, com certeza. Mas isso não autoriza dizer que estudou Medicina nem defendeu tese. É possível que, de volta de Yverdun, o jovem lionês tivesse freqüentado a Faculdade de Medicina da sua cidade natal ([1]). Parece, todavia, que o estudo dessa disciplina não lhe suscitou entusiasmo, pois nunca se referiu a ela em seus escritos. Apenas uma vez, ao tratar do magnetismo animal, declarou que o estudo da Medicina o interessara, trinta anos antes, o que corresponde ao seu período estudantil.”
Assim, faz-se necessário desfazer essa confusão, já que Rivail se referiu ao Magnetismo e não à Medicina convencional. Em artigo da “Revista Espírita” de junho de 1858 intitulado “Os Banquetes Magnéticos” lê-se esta frase escrita por Kardec: “Em nossa opinião a ciência magnética, que professamos há 35 anos…”.
Podemos observar com isso que Kardec não escreveu estudo de medicina e, sim, ciência magnética, que professara havia 35 anos (e não 30, como quer Moreil). Poderíamos ainda descrever trechos de outros biógrafos; chegaríamos, porém, à mesma conclusão: que Kardec jamais foi médico.

RIVAIL E A MAÇONARIA
É necessário, também, desfazer outro equívoco: que Rivail tivesse sido maçom. Fazendo uma pesquisa na coleção da Revista Espírita, 1858-1869, conclui-se que apenas existiram, entre Denizard e a Maçonaria, afinidades de princípios e ideais, sem jamais haver ele ingressado em loja alguma. Acreditamos que nada modificaria, tanto para mais como para menos, a pessoa do biografado se tivesse ele abraçado a Maçonaria. É necessário, porém, eliminar os exageros para que a verdade triunfe.
O PROFESSOR RIVAIL E SUAS OBRAS
Em Paris Rivail fundou um Instituto Técnico na rua Sevres, 35, nos mesmos moldes daquele de Pestalozzi. No ano de 1824, Denizard, ou melhor, Professor Rivail, publica seu primeiro livro que era dividido em volumes e tinha como título: Curso Prático e Teórico de Aritmética. Além deste, o Prof. Rivail publicou, até o ano de 1849, os seguintes livros: Plano para o Melhoramento da Instrução Pública; Gramática Clássica da Língua Francesa; Qual o Sistema de Estudos mais Adequado à Época?; Manual dos Exames para Certificado de Capacidade; Soluções Racionais de Perguntas e Problemas de Aritmética e Geometria; Catecismo Gramatical da Língua Francesa; Programa dos Cursos Ordinários de Química, Física, Astronomia e Fisiologia; Pontos para os Exames na Municipalidade e na Sorbone; Instruções Sobre as Dificuldades Ortográficas.

DENIZARD E O MAGNETISMO
Rivail tomou contato com o magnetismo no ano de 1823, ou talvez mesmo um pouco antes; porém, foi em Paris que sua curiosidade foi despertada para esta ciência, quando o marquês de Puységur – juntamente com d’Eslon, professor e regente da Faculdade de Medicina de Paris, mais o sábio e naturalista Deleuze -, deu novos rumos a esta ciência através da modificação dos métodos de Mesmer, que culminaram na descoberta do sonambulismo provocado. Denizard refere-se elogiosamente a esses magnetistas franceses, ombreando-lhes outros nomes, como o do barão Du Potet e o do Sr. Millet.
Rivail estudou criteriosamente essa disciplina, tendo devorado grande número de obras favoráveis e contrárias escritas por homens de evidência. Diz Anna Blackwell, no prefácio à sua tradução inglesa
de “O Livro dos Espíritos”, que Rivail tomou parte ativa nos trabalhos da Sociedade de Magnetismo de Paris, uma das mais importantes da França. Fez muitos amigos nessa corrente de idéias, dentre eles o magnetizador Sr. Fortier.
AS MESAS GIRANTES
Contava Rivail 51 anos de idade em 1854 quando, através do Sr. Fortier, tomou conhecimento de certos fatos Espíritas. Disse-lhe o interlocutor:
- “Sabe o senhor da singular propriedade que acabam de descobrir no magnetismo? Parece que não são unicamente os indivíduos que se magnetizam, mas também as mesas, que podem girar e andar à vontade.”

- “É extraordinário, não há dúvida” – respondeu Rivail. “Mas em rigor é um fato que não parece radicalmente impossível. O fluido magnético, que é uma espécie de eletricidade, pode muito bem atuar sobre os corpos inertes e fazê-los moverem-se.”
Informado, pouco tempo depois, pelo mesmo Sr. Fortier, de que mesas magnetizadas – chamadas na época de “mesas girantes” -, podiam mover-se e que davam respostas quando inquiridas, a atitude de Rivail foi de absoluta descrença:
- “Isto é uma outra questão. Só acreditarei vendo, e quando me provarem que a mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que pode tornar-se sonâmbula. Até lá, permita-me que considere isso um conto para fazer-nos dormir em pé.”
Rivail aceitava a possibilidade do movimento por uma força mecânica, mas, ignorando a causa e a lei do fenômeno, parecia-lhe absurdo atribuir inteligência a uma coisa puramente material. Estava ele na posição dos incrédulos desta nossa época (2004), que negam porque apenas presenciam um fato que não compreendem. Vivia-se numa época em que o fato era ainda inexplicado, aparentemente contrário às leis da Natureza, o que sua razão lhe impedia aceitar. Ainda não havia visto nem observado nada. As experiências feitas na presença de pessoas de caráter e dignas de toda a confiança lhe confirmavam a possibilidade do efeito puramente material, porém, a idéia de uma mesa falante não lhe podia ainda fazer sentido.

O EPISÓDIO HYDESVILLE: PONTO DE PARTIDA DAS MESAS GIRANTES
As sessões com a
mesa girante” tiveram início nos Estados Unidos da América, com as célebres irmãs Fox. Segundo Jorge Rizzini, os Fox eram originários do Canadá, pois os Arquivos Históricos da Cidade de Nova Iorque (consultados por ele) atestam que a médium Margareth Fox nascera em Bath, uma vila próxima da cidade de Kingston, na província de Ontário, no dia 7 de outubro de 1833.
Vale a pena saber que Margareth, nessa época, tinha a idade de 14 anos; Katerine, a caçula, 11 anos; e Leah, que já lecionava piano em Rochester, era 23 anos mais velha que Margareth. Não possuímos informações dos outros irmãos, apenas sabemos que eram em seis, também canadenses, e que David era o único do sexo masculino.

John D. Fox, o pai, era campesino e pastor da Igreja Episcopal Metodista. Ele e sua família recém chegados do Canadá desembarcaram em Hydesville, no Condado de Wayne, Estado de Nova Iorque, no dia 11 de dezembro de 1847. John acomodou sua família em uma casa de madeira humilde, praticamente idêntica a todas as outras da região. A casa em que se instalaram não era bem vista pela população da cidade. Diziam que era “mal assombrada”. Inquilinos anteriores haviam ouvido ruídos estranhos e visto móveis se moverem sem nenhum contato humano; além disso, vultos também eram vistos.

Hannah Weeckman, ex-inquilina da casa, citada no livro “História do Espiritismo” de Arthur Conan Doyle, deu o seguinte testemunho: “Meu marido, eu e a empregada nos levantamos imediatamente para ver o que se passava. Ela sentou-se na cama em prantos e nós custamos a verificar o que se passava. Disse ela que algo se movimentava acima de sua cabeça e que sentia um frio sem saber o que era. Disse havê-lo sentido sobre ela toda, mas que ficara mais alarmada ao senti-lo sobre o rosto.”

Lucretia Pulver, empregada do casal Bell que, em 1844, habitara a casa, deu também seu testemunho: “A Srta. Aurélia Losey ficou comigo naquela noite; ela também ouviu o barulho e ambas ficamos muito assustadas; levantamo-nos, fechamos as janelas e trancamos a porta. Parece que alguém andava pela despensa, na adega, e até no porão, onde o barulho cessava.” Era esta a situação da casa, quando o pastor John D. Fox nela se instalou com sua família.

John atribuía os ruídos à madeira com a qual a casa fora construída e aos ratos existentes na adega. Porém, na noite do dia 31 de março, foram ouvidos ruídos com maior intensidade por todos os lados da casa e, segundo a Sra. Fox, “produziam um certo movimento nas camas e cadeiras, a ponto de notarmos quando deitadas”. O pastor John Fox, acreditando que alguém estivesse brincando consigo, saiu pé ante pé e examinou a casa pelo lado de fora e, depois, intrigado, todos os compartimentos da casa. Nada encontrou; estava tudo normal, porém, os ruídos, inclusive de passos, prosseguiam, e todos puderam ouvir.

Naquela noite, Katerine, a filha mais nova, desafiou a força invisível. Bateu um certo número de palmas. E soou na parede de madeira, imitando-a, o mesmo número de pancadas. Quando ela parou, o som logo parou. Então Margareth disse brincando: “Agora faça exatamente como eu. Conte um, dois, três, quatro”. E bateu palmas. Então os ruídos se produziram como antes. Margareth teve medo de repetir o ensaio. Então Katerine, ou Kate, como seus familiares a chamavam, disse, na sua simplicidade infantil: “Oh! Mamãe! Eu já sei o que é. Amanhã é o dia 1º de abril e alguém quer nos pregar uma peça!”

Estava, assim, estabelecida a telegrafia espiritual. A Sra. Fox, ao lado do marido, pediu ao “espírito batedor” que dissesse a idade de cada um de seus filhos. O resultado do teste espantou a todos. Batidas se fizeram ouvir de forma que, a cada seqüência de batidas que correspondia a idade de cada um, era feita uma pausa. Insistiu a Sra. Fox, perguntando se era um ser humano que conversava com ela. O silêncio se fez angustiante. Perguntou se era um Espírito, e fortes batidas se fizeram ouvir por toda a casa.

A Sra. Fox, continuou a perguntar: “Se for o Espírito de um assassinado dê duas pancadas.” Duas pancadas foram ouvidas. John Fox foi rápido chamar a Sra. Redfield, sua vizinha, que fez um novo teste; perguntou que idade tinha ela, e obteve do Espírito a resposta correta. Entrou na casa o casal Duesler, e estabeleceu-se uma linguagem através de código, onde a letra A correspondia a uma pancada, B a duas, e assim por diante.

O Espírito chamava-se Charles B. Rosma; fora mascate; seu assassino chamava-se Bell, antigo morador daquela casa; assassinara-o para lhe roubar quinhentos dólares com uma faca de açougueiro, dando-lhe um golpe na garganta; o corpo fora levado à adega e, na noite seguinte, enterrado ali mesmo.

Foi se formando à porta da casa dos Fox uma fila de aproximadamente trezentas pessoas e o Espírito Charles Rosma deu prova de sua presença. No dia seguinte, David Fox, acompanhado de outras pessoas, fez as primeiras escavações, descobrindo ossos e cabelos. Exatamente em 1904, portanto 56 anos depois, encontrou-se um esqueleto humano ao lado de uma lata que pertencera ao mascate. Os fatos vieram confirmar a estranha denúncia de um morto que, do outro lado da vida, se utilizava de uma lei natural, desconhecida pelo homem, para relatar uma ação criminosa de que fora vítima.

Disseram os Espíritos que esse fato era o início de um movimento de caráter praticamente universal, para unir os homens, convencer as mentes para a imortalidade da alma, despertar a Humanidade para a vida espiritual.

Convém reconhecer aqui a envergadura moral do casal Fox. Contrariados e perseguidos pela Igreja Metodista a que pertenciam, preferiram de lá ser expulsos, a negar os fenômenos espíritas. Eles não abdicaram da verdade de que foram testemunhas. Este acontecimento repercutiria na Europa, despertando as consciências e, ao lado dos fenômenos das “mesas girantes”, prepararia o advento do Espiritismo.

RIVAIL E AS MESAS GIRANTES
Foi em 1855, conversando com Sr. Carlotti, outro magnetista, que lhe falou outra vez, e com grande entusiasmo, desses fenômenos, que Rivail sentiu idéias novas lhe despertarem na mente. No entanto, o Sr. Carlotti era corso, de natureza ardente e enérgica. Denizard apreciava nele as qualidades que distinguem uma grande e bela alma, contudo, desconfiava de sua exaltação. Fora ele o primeiro a falar-lhe da intervenção dos Espíritos, e contou-lhe tantas coisas fantásticas que ao invés de convencer Rivail, aumentou-lhe as dúvidas.
Um pouco mais de um ano se passara, era num dia de maio de 1856, estava Rivail na casa da sonâmbula Sra. Roger com o Sr. Fortier, seu magnetizador. Encontrou ali o Sr. Pâtier e a Sra. Plainemaison, que lhe falaram sobre os fenômenos, desta vez sem exaltação. O Sr. Partier era um funcionário público, homem de meia idade, instruído, sério e calmo. Sua linguagem era pausada e isenta de entusiasmos. Pois bem: foi o Sr. Partier que causou uma viva impressão em Rivail que, convidado a assistir a uma das experiências realizadas na casa da Sra. Plainemaison, à Rua Grange-Batelière, 18, aceitou pressuroso. O encontro foi marcado para uma terça feira, às 20 horas.
Rivail assiste pela primeira vez, na casa da Sra. Planemaison, e testemunha o fenômeno das “mesas girantes” que saltavam e corriam, em condições tais que era impossível haver dúvidas. Presenciou alguns ensaios, ainda bastante imperfeitos, da escrita mediúnica em uma ardósia com o auxílio de uma cesta. Com as idéias ainda indefinidas, Rivail raciocinava. Ali estava um fato que devia ter uma causa. Entreviu debaixo daquela aparente futilidade e da espécie de diversão dos que se utilizavam daqueles fenômenos algo sério, como se fosse a revelação de uma nova lei. Prometeu a si mesmo que iria investigar os fenômenos a fundo.
AS MÉDIUNS SRTAS. BAUDIN
Dentro de pouco tempo, surgiu uma oportunidade de Rivail proceder a observações diretas: numa das reuniões da Sra. Planemaison conheceu a família Baudin, que morava na Rua Rochechouart. O Sr. Baudin convidou-o para ir assistir às sessões que se realizavam semanalmente em sua casa. Aceitou, e tornou-se um freqüentador assíduo das reuniões.
Eram as reuniões bem freqüentadas e, além dos assistentes habituais, era admitido sem dificuldade quem quer que o pedisse. Os dois médiuns utilizados eram as Srtas. Baudin, que escreviam em uma ardósia com o auxílio de uma cesta chamada de “cesta pião” ou cesta de bico” ([2]). Esse método exigia o concurso de duas pessoas para excluir qualquer possibilidade de participação das idéias de cada um dos médiuns. Foi assim, que Rivail, presenciou comunicações seguidas constando de respostas dadas a questões propostas, e muitas vezes a perguntas feitas mentalmente, que faziam perceber, de modo evidente, a intervenção de uma inteligência estranha.

ZÉFIRO, O ESPÍRITO
A curiosidade e o entretenimento moviam os assistentes. O Espírito que se manifestava dava o nome de Zéfiro, o que estava bem de acordo com o seu caráter e o da reunião. Porém era um Espírito muito bom, e declarava-se protetor da família Baudin. Muitas vezes sabia fazer rir, outras vezes, dava bons conselhos e não perdia oportunidade de se utilizar do dito mordaz e espirituoso. Rivail travou com ele boas relações, dando-lhe constantemente provas de grande simpatia. Zéfiro não era um Espírito muito adiantado, porém, assistido mais tarde por Espíritos superiores, ajudou Rivail em suas primeiras obras. Depois de dizer que ia reencarnar, nunca mais se ouviu falar dele.
PRIMEIROS ESTUDOS SOBRE ESPIRITISMO
Foi ali, nas reuniões da casa da família Baudin, que Rivail fez os primeiros estudos sérios sobre o Espiritismo, mais pelas observações que pelas revelações. Aplicou a essa nova ciência, como sempre fizera, o método da experimentação. Nunca se utilizou de teorias preconcebidas. Observava, comparava e deduzia as conseqüências. Era através dos efeitos que procurava se aproximar das causas. Deduzia pelo encadeamento lógico dos fatos. Só admitia uma conclusão como válida quando esta conseguia resolver todas as dificuldades da questão – procedimento este que utilizou também em seus trabalhos anteriores desde a idade de 24 anos.

Compreendeu Rivail, desde o início, a importância da pesquisa que estava empreendendo. Enxergou naqueles fenômenos a chave do problema do passado e do futuro da Humanidade, tão confuso e controvertido – a solução do problema que havia buscado durante toda a sua vida. Era preciso agir com prudência e não se deixar levar por ilusões.

Um dos primeiros resultados de suas observações foi descobrir que os Espíritos, nada mais sendo que as almas dos homens, não possuíam nem a suprema sabedoria nem a suprema ciência. Que seu saber era limitado ao grau de seu adiantamento e que sua opinião só tinha o valor de uma opinião pessoal. Esta verdade, reconhecida desde o início, o livrou do grande perigo de acreditar em sua infalibilidade, impedindo-o de formular teorias prematuras baseadas no que dizia um ou no que diziam outros.

As sessões da casa do Sr. Baudin, que até aquela data não tinham tido uma finalidade determinada, agora aconteciam de forma organizada e útil; as frivolidades desapareceram. Rivail tomou a seu cargo procurar resolver problemas interessantes sob o ponto de vista da Filosofia, da Psicologia e da natureza do mundo invisível. A cada sessão levava consigo perguntas preparadas e metodicamente dispostas que eram sempre respondidas com precisão, profundidade e lógica. Se acontecia de Rivail faltar a uma dessas sessões, as pessoas ficavam sem saber o que fazer, pois as perguntas fúteis perderam seu atrativo para a maioria dos freqüentadores.

COMEÇA A SURGIR O LIVRO DOS ESPÍRITOS
A princípio, Rivail só tinha em mente se instruir. Porém mais tarde, quando viu que aquelas comunicações formavam um conjunto e tomavam proporções de uma doutrina, teve a idéia de publicá-las para que todos se instruíssem. Foram aquelas mesmas questões que, desenvolvidas e completadas, constituíram a base do “O Livro dos Espíritos”.
DE RIVAIL A KARDEC
Em 1856, o professor Rivail recebe dos Espíritos a revelação do trabalho que tem de desenvolver na Terra. E assim surge o pseudônimo Allan Kardec, com o intuito separar das obras pedagógicas escritas pelo professor Rivail, as obras da codificação que eram feitas agora pelo Sr. Allan Kardec. O pseudônimo foi escolhido porque correspondia a um nome que teria usado em uma encarnação pregressa revelada por um Espírito que dizia conhecê-lo de remotas existências, uma das quais passada no mesmo solo da França, onde a sua individualidade tinha revestido a personalidade de um druida chamado Allan Kardec.

INÍCIO DA ERA ESPÍRITA
A 18 de abril de 1857 raiou para a humanidade a “Era Espírita”, ao surgirem nas prateleiras das livrarias os primeiros volumes de “O Livro dos Espíritos”.
Em 1° de janeiro de 1858 circula o primeiro número da “Revue Espirite” (Revista Espírita), editada em Paris por Allan Kardec; no mesmo ano foi publicado o livro “Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas”, e, ainda nesse profícuo 1858, exatamente a 1° de abril, é fundada a “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”.
Em 1859 surge o livro “O que é o Espiritismo”. A 16 de setembro de 1860 A. Kardec publica a “Carta sobre o Espiritismo”, em resposta a um artigo publicado na “Gazette de Lyon”. No mês de janeiro de 1861, Allan Kardec lança a público “O Livro dos Médiuns” e, ainda nesse ano, no dia 9 de outubro às 10:30 horas da manhã, em Barcelona, Espanha, são queima­dos num auto de fé trezentos volumes e brochuras sobre Espiritismo, entre eles “O Livro dos Espíritos”.
Em fevereiro de 1862, Kardec publica “O Espiritismo na sua Expressão mais Simples”, e também neste mesmo ano, “Viagem Espírita em 1862″.
Em 1864 são editadas as seguintes obras: “Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas” ou “Primeira Iniciação” e “Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo”, chamado posteriormente de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
No dia 1º de agosto de 1865 é publicado o livro “O Céu e o Inferno”, ou a “Justiça Divina Segundo o Espiritismo”. No ano de 1866 surge a “Coleção de Preces Espíritas”, um extrato do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Em 1867 vem a público “Estudo a cerca da Poesia Medianímica” e, em 1868, Kardec lança “A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo”, e o livro “Caracteres da Revelação Espírita”.
RETORNO A PATRIA ESPIRITUAL
Depois deste grandioso trabalho, no dia 31 de março de 1869, com 65 anos de idade, em Paris, vítima da ruptura de um aneurisma, Allan Kardec retorna à Pátria Espiritual. Sua missão se completa, no entanto, somente no ano de 1890, quando é editado o livro “Obras Póstumas”, reunindo os últimos escritos do grande Codificador.

BIBLIOGRAFIA
Allan Kardec – Zêus Wantuil e Francisco Thiesen – Edições FEB;
Vida e Obra de Allan Kardec – André Moreil, 1977 – Editora EDICEL
O Principiante Espírita – Júlio de Abreu Filho – Editora Pensamento
História do Espiritismo – Arthur Conan Doyle – Editora Pensamento
Kardec, Irmãs Fox e outros – Jorge Rizzini – Editora Eldorado Espírita de São Paulo
Grandes Vultos do Espiritismo – Paulo Alves de Godoy – Edições FE­ESP
Espiritismo Básico – Pedro Franco Barbosa – Edições FEB
Revista Informação N.35
Obras Póstumas – Allan Kardec – LAKE – Livraria Allan Kardec Editora

Pesquisa enviada por Veronique – Grupo de Apoio Francisco de Assis – GAFA

Fonte: Elio Mollo – http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/A ERA DO ESPIRITO – Portal/ARTIGOS/Artigos E/ALLANKARDEC.html – Colaborou no desenvolvimento ortográfico deste texto Maria Luiza Palha

Irmão X

Kardec, enquanto recebes as homenagens do mundo, pedimos vênia para associar o nosso preito singelo de amor aos cânticos de reconhecimento que te exalçam a obra gigantesca nos domínios da libertação espiritual.

Não nos referimos aqui ao professor emérito que foste, mas ao discípulo de Jesus que possibilitou o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura desafia a passagem do tempo.

Falem outros dos títulos de cultura que te exornavam a personalidade, do prestígio que desfrutavas na esfera da inteligência, do brilho de tua presença nos fastos sociais, da glória que te ilustrava o nome, de vez que todas as referências à tua dignidade pessoal nunca dirão integralmente o exato valor de teus créditos humanos.

Reportar-nos-emos ao amigo fiel do Cristo e da Humanidade, em agradecimento pela coragem e abnegação com que te esqueceste para entregar ao mundo a mensagem da Espiritualidade Superior. E, rememorando o clima de inquietações e dificuldades em que, a fim de reacender a luz do Evangelho, superaste injúria e sarcasmo, perseguição e calúnia, desejamos expressar-te o carinho e a gratidão de quantos edificaste para a fé na imortalidade e na sabedoria da vida.

O Senhor te engrandeça por todos aqueles que emancipaste das trevas e te faça bendito pelos que se renovaram perante o destino à força de teu verbo e de teu exemplo!…

Diante de ti enfileiram-se, agradecidos e reverentes, os que arrebataste à loucura e ao suicídio com o facho da esperança; os que arrancaste ao labirinto da obsessão com o esclarecimento salvador; os pais desditosos que se viram atormentados por filhos insensíveis e delinquentes, e os filhos agoniados que se encontram na vala da frustração e do abandono pela irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio e que foram reajustados por teus ensinamentos, em torno da reencarnação; os que renasceram em dolorosos conflitos da alma e se reconheceram, por isso, esmagados de angústia nas brenhas da provação, e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas sucessivas; os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos, e aos quais abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes renovação e paz, na contemplação do futuro; os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do desalento, conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de viver; os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram, em prece, aqueles mesmos companheiros de Humanidade que lhes apunhalaram o espírito, a golpes de insulto e de ingratidão; os que te ouviram a palavra fraterna e aceitaram com humildade a injúria e a dor por instrumentos de redenção; e os que desencarnaram incompreendidos ou acusados sem crime, abraçando-te as páginas consoladoras que molharam com as próprias lágrimas…

Todos nós, os que levantaram do pó da inutilidade ou do fel do desencanto para as bênçãos da vida, estamos também diante de ti!… E, identificando-nos na condição dos teus mais apagados admiradores e como os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua festa, nós te rogamos permissão para dizer: Kardec, obrigado!… Muito obrigado!…

(Texto psicografado por F. C. Xavier e publicado em Reformador de outubro de 1985, p. 298.)