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26/02/2011

A Influência Moral do Médium nas Comunicações

 

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Por mais que nos dediquemos em estudar, para melhor compreensão da Mediunidade, ainda muito pouco sabemos a respeito desse maravilhoso dom com que a Soberana Sabedoria do universo nos contemplou para as mais altas e salutares tarefas de ordem Espiritual.
Porém, à medida que vamos sendo esclarecidos, sobre sua utilização de maneira proveitosa para o nosso crescimento como Espíritos Imortais que somos, melhor podemos percebê-la, senti-la e presenciar seus efeitos, para entender que achamo-nos ainda nas preliminares de suas questões tão complexas, não obstante a Mediunidade datar de todos os tempos, outorgada por Deus a todos os seus filhos.

Assim, pinçamos dentro de uma vasta literatura, sobre esse tão belo tema, algumas linhas que possam nos trazer um pouco mais de esclarecimento, no propósito maior de
contribuir para que nos tornemos dignos tarefeiros da área mediúnica, buscando servir cada dia mais e melhor; tornando-nos instrumentos úteis na lavoura do Mestre de Nazaré, espalhando em nossa volta a claridade do amor em forma de caridade aos mais necessitados.

Começamos pelo Livro dos Médiuns, onde recolhemos os ensinamentos que seguem:
226.O desenvolvimento da mediunidade guarda relação com o desenvolvimento moral dos médiuns?

"Não; a faculdade propriamente dita se radica no organismo; independe do moral. O mesmo, porém, não se dá com o seu uso, que pode ser bom, ou mau, conforme as qualidades do médium."

Sempre se há dito que a mediunidade é um dom de Deus, uma graça, um favor. Por que, então, não constitui privilégio dos homens de bem e por que se vêem pessoas indignas que a possuem no mais alto grau e que dela usam mal?

"Todas as faculdades são favores pelos quais deve a criatura render graças a Deus, pois que homens há privados delas. Poderias igualmente perguntar por que concede Deus vista magnífica a malfeitores, destreza a gatunos, eloquência aos que dela se servem para dizer coisas nocivas. O mesmo se dá com a mediunidade. Se há pessoas indignas que a possuem, é que disso precisam mais do que as outras, para se melhorarem. Pensas que Deus recusa meios de salvação aos culpados? Ao contrário, multiplica-os no caminho que eles percorrem; põe-nos nas mãos deles. Cabe-lhes aproveitá-los. Judas, o traidor, não fez milagres e não curou doentes, como apóstolo? Deus permitiu que ele tivesse esse dom, para mais odiosa tornar aos seus próprios olhos a traição que praticou."

Os médiuns, que fazem mau uso das suas faculdades, que não se servem delas para o bem, ou que não as aproveitam para se instruírem, sofrerão as consequências dessa falta?

"Se delas fizerem mau uso, serão punidos duplamente, porque têm um meio a mais de se esclarecerem e o não aproveitam. Aquele que vê claro e tropeça é mais censurável do que o cego que cai no fosso."

Visto que as qualidades morais do médium afastam os Espíritos imperfeitos, como é que um médium dotado de boas qualidades transmite respostas falsas, ou grosseiras?

"Conheces, porventura, todos os escaninhos da alma humana? Demais, pode a criatura ser leviana e frívola, sem que seja viciosa. Também isso se dá, porque, às vezes, ele necessita de uma lição, a fim de manter-se em guarda."

Por que permitem os Espíritos superiores que pessoas dotadas de grande poder, como médiuns, e que muito de bom poderiam fazer, sejam instrumentos do erro?

"Os Espíritos de que falas procuram influenciá-las; mas, quando essas pessoas consentem em ser arrastadas para mau caminho, eles as deixam ir. Daí o servirem-se delas com repugnância, visto que a verdade não pode ser interpretada pela mentira. "

Será absolutamente impossível se obtenham boas comunicações por um médium imperfeito?

"Um médium imperfeito pode algumas vezes obter boas coisas, porque, se dispõe de uma bela faculdade, não é raro que os bons Espíritos se sirvam dele, à falta de outro, em circunstâncias especiais; porém, isso só acontece momentaneamente, porquanto, desde que os Espíritos encontrem um que mais lhes convenha, dão preferência a este."

Qual o médium que se poderia qualificar de perfeito?

"Perfeito, ah! bem sabes que a perfeição não existe na Terra, sem o que não estaríeis nela. Dize, portanto, bom médium e já é muito, por isso que eles são raros. Médium perfeito seria aquele contra o qual os maus Espíritos jamais ousassem, uma tentativa de enganá-lo. O melhor é aquele que, simpatizando somente com os bons Espíritos, tem sido o menos enganado."

Se ele só com os bons Espíritos simpatiza, como permitem estes que seja enganado?

"Os bons Espíritos permitem, às vezes, que isso aconteça com os melhores médiuns, para lhes exercitar a ponderação e para lhes ensinar a discernir o verdadeiro do falso. Depois, por muito bom que seja, um médium jamais é tão perfeito, que não possa ser atacado por algum lado fraco. Isto lhe deve servir de lição. As falsas comunicações, que de tempos a tempos ele recebe, são avisos para que não se considere infalível e não se ensoberbeça. Porque, o médium que receba as coisas mais notáveis não tem que se gloriar disso, como não o tem o tocador de realejo que obtém belas árias movendo a manivela do seu instrumento."

Quais as condições necessárias para que a palavra dos Espíritos superiores nos chegue isenta de qualquer alteração?

"Querer o bem; repulsar o egoísmo e o orgulho. Ambas essas coisas são necessárias."

Uma vez que a palavra dos Espíritos superiores não nos chega pura, senão em condições difíceis de se encontrarem preenchidas, esse fato não constitui um obstáculo à propagação da verdade?

"Não, porque a luz sempre chega ao que a deseja receber. Todo aquele que queira esclarecer-se deve fugir às trevas e as trevas se encontram na impureza do coração.
"Os Espíritos, que considerais como personificações do bem, não atendem de boa-vontade ao apelo dos que trazem o coração manchado pelo orgulho, pela cupidez e pela falta de caridade.
"Expurguem-se, pois, os que desejam esclarecer-se, de toda a vaidade humana e humilhem a sua inteligência ante o infinito poder do Criador. Esta a melhor prova que poderão dar da sinceridade do desejo que os anima. É uma condição a que todos podem satisfazer."

227. Se o médium, do ponto de vista da execução, não passa de um instrumento, exerce, todavia, influência muito grande, sob o aspecto moral. Pois que, para se comunicar, o Espírito desencarnado se identifica com o Espírito do médium, esta identificação não se pode verificar, senão havendo, entre um e outro, simpatia e, se assim é lícito dizer-se, afinidade. A alma exerce sobre o Espírito livre uma espécie de atração, ou de repulsão, conforme o grau da semelhança existente entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus, donde se segue que as qualidades morais do médium exercem influência capital sobre a natureza dos Espíritos que por ele se comunicam. Se o médium é vicioso, em torno dele se vêm grupar os Espíritos inferiores, sempre prontos a tomar o lugar aos bons Espíritos evocados. As qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor do próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria. ¹
Fonte: Livro dos Médiuns Capítulo XX.

Passamos agora a alguns ensinamentos contidos no Livro: Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz, Psicografia de Chico Xavier.

Capítulo I - Indubitavelmente - concordava o Assistente Áulus - a mediunidade é problema dos mais sugestivos na atualidade do mundo. Aproxima-se o homem terreno da Era do Espírito. Sob a luz da Religião Cósmica do Amor e da Sabedoria e, decerto, precisa de cooperação, a fim de que se lhe habilite o entendimento.

Sobre Áulus, informa-nos André Luiz: Interessava-se pelas experimentações mediúnicas, desde 1779, quando conhecera Mesmer, em Paris, no estudo das célebres proposições lançadas a público pelo famoso magnetizador. Reencarnando no início do século passado, apreciara, de perto, as realizações de Allan Kardec, na codificação do Espiritismo, e privara com Cahagnet e Balzac, com Théophile Gautier e Victor Hugo, acabando seus dias na França, depois de vários decênios consagrados à mediunidade e ao magnetismo, nos moldes científicos da Europa. No mundo espiritual prosseguiu no mesmo rumo, observando e trabalhando em seu apostolado educativo. Dedicando-se agora à obra de espiritualização no Brasil, e isto há mais de trinta anos, comentava, otimista, as esperanças do novo campo de ação, dando-nos a conhecer a primorosa bagagem de memória e experiências de que se fazia portador.

Áulus leva André Luiz e Hilário para ouvirem a palestra do Instrutor Albério, em vasto recinto do Ministério das Comunicações, que entre outros ensinamentos lhes falou:

"...Cada mundo possui o campo de tensão electromagnética que lhe é próprio, no teor de força gravítica em que se equilibra, e cada alma se envolve no círculo de forças vivas que lhe transpiram do "hálito" mental, na esfera de criaturas a que se imana, em obediência às suas necessidades de ajuste ou crescimento para imortalidade.
Cada planeta revoluciona na órbita que lhe é assinalada pelas do equilíbrio, sem ultrapassar as linhas de gravitação que lhe dizem respeito, e cada consciência evolve no grupo espiritual a cuja movimentação se subordina.
Somos, pois, vastíssimo conjunto de Inteligências, sintonizadas no mesmo padrão vibratório de percepção, integrando um Todo, constituído de alguns bilhões se seres, que formam por assim dizer a Humanidade Terrestre...

...Filhos do Criador, d'Ele herdamos a faculdade de criar e desenvolver nutrir e transformar.
Naturalmente circunscritos nas dimensões conceptuais em que nos encontramos, embora na insignificância de nossa posição comparada à glória dos Espíritos que já atingiram a angelitude, podemos arrojar de nós a energia atuante do próprio pensamento, estabelecendo, em torno de nossa individualidade, o ambiente psíquico que nos é particular...

...Nossa mente é, dessarte, um núcleo de forças inteligentes, gerando plasmas sutil que, a exteriorizar-se incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob o comando de nossos próprios desígnios.
A idéia de um "ser" organizado por nosso espírito, a que o pensamento dá forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção.
Do conjunto de nossas idéias resulta a nossa própria existência...

...Segundo é fácil de concluir, todos os seres vivos respiram na onda de psiquismo dinâmico que lhes é peculiar, dentro das dimensões que lhes são características ou na frequência que lhes é própria. Esse psiquismo independe dos centros nervosos, de vez que, fluindo da mente, é ele que condiciona todos os fenômenos da vida orgânica em si mesma...

... Examinando, pois, os valores anímicos como faculdades de comunicação entre os Espíritos, qualquer que seja o plano em que se encontrem, não podemos perder de vista o mundo mental do agente e do recipiente, porquanto, em qualquer posição mediúnica, a inteligência receptiva está sujeita às possibilidades e a interpretações dos pensamentos que é capaz de produzir.
Um hotentote desencarnado, em se comunicando com um sábio terrestre, ainda jungido ao envoltório físico, não lhe poderá oferecer notícias outras, além dos assuntos triviais em que se lhe desdobraram no mundo as experiências primitivistas, e um sábio, sem o indumento carnal, entrando em relação com o hotentote, ainda colado ao seu "habitat" africano, não conseguirá facultar-lhe cooperação imediata, senão no trabalho embrionário em que se lhe encravam os interesses mentais, como sejam o auxílio a um rebanho bovino ou a cura de males do corpo denso. Por isso mesmo, o hotentote não se sentiria feliz na companhia do sábio e o sábio, a seu turno, não se demoraria com o hotentote, por falta desse alimento quase imponderável a que podemos chamar "vibrações compensadas".
É da lei, que nossas maiores alegrias sejam recolhidas ao contacto daqueles que, em nos compreendendo, permutam conosco valores mentais de qualidades idênticas aos nossos, assim como as árvores oferecem maior coeficiente de produção se colocadas entre companheiras da mesma espécie, com as quais trocam seus princípios germinativos.
Em mediunidade, portanto, não podemos olvidar o problema da sintonia.
Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos; e se é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme o que tem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá.
Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas, quaisquer que sejam os característicos em que se expressem, é imprescindível enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós, das Esferas Mais Altas, através dos gênios da sabedoria e do amor que supervisionam nossas experiências.
Procederam acertadamente aqueles que compararam nosso mundo mental a um espelho.
Refletimos as imagens que nos cercam e arremessamos na direção dos outros as imagens que criamos.
E, como não podemos fugir ao imperativo da atração, somente retrataremos a claridade e a beleza, se instalarmos a beleza e a claridade no espelho de nossa vida íntima...

... Missões santificantes e guerras destruidoras, tarefas nobres e obsessões pérfidas, guardam origem nos reflexos da mente individual ou coletiva, combinados com as forças sublimadas ou degradantes dos pensamentos de que se nutrem.
Saibamos, assim, cultivar a educação, aprimorando-nos cada dia.
Médiuns somos todos nós, nas linhas de atividade em que nos situamos.
A força psíquica, nesse ou naquele teor de expressão, é peculiar a todos os seres, mas não existe aperfeiçoamento mediúnico sem acrisolamento da individualidade.
É contraproducente intensificar a movimentação da energia sem disciplinar-lhe os impulsos.
É perigoso possuir sem saber usar.
O espelho sepultado na lama não reflete o esplendor do Sol.
O lago agitado não retrata a imagem da estrela que jaz no infinito.
Elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem conduzido e apuremos a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes superiores, se nos propomos recolher a mensagem das Grandes Almas.
Mediunidade não basta só por si.
É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer da qualidade de nosso trabalho e ajuizar de nossa direção."

Capítulo II - Áulus esclarece a André Luiz e seu companheiro Hilário sobre a possibilidade do plano espiritual aquilatar as possibilidades dos grupos de trabalhadores do plano físico na tarefa mediúnica, com o auxílio de um aparelho especial chamado Psicoscópio.

"...Em nosso esforço de supervisão, podemos classificar sem dificuldade as perspectivas desse ou daquele agrupamento de serviços psíquicos que aparecem no mundo. Analisando a psicoscopia de uma personalidade ou de uma equipe de trabalhadores, é possível anotar-lhes as possibilidades e categorizar-lhes a situação.

Segundo as radiações que projetam, planejamos a obra que podem realizar no tempo.
Se o espectroscópio permite ao homem perquirir a natureza dos elementos químicos, localizados a enormes distâncias, através da onda luminosa que arrojam de si, com muito mais facilidade identificamos os valores da individualidade humana pelos raios que emite. A moralidade, o sentimento, a educação e o caráter são claramente perceptíveis, através de ligeira inspeção.

Mas - indagou Hilário, investigador -, e na hipótese de surgirem elementos arraigados ao mal, numa formação de cooperadores do bem? De posse da ficha psicoscópica, os instrutores espirituais providenciar-lhes-ão a expulsão?

Não será preciso. Se a maioria permanece empenhada na extensão do bem, a minoria encarcerada no mal distancia-se do conjunto, pouco a pouco, por ausência de afinidade.

Contudo - alegou ainda o meu companheiro - , que acontece numa instituição cujo programa elevado se degenera em desequilíbrio, induzindo-nos a reconhecer que a virtude aí não passa de bandeira fictícia, acobertando a ignorância e a perversidade?

Então, nesse caso - adiantou o interpelado, tolerante -, dispensamos qualquer regime de perseguição ou denúncia. Encarrega-se a vida de colocar-nos no lugar que nos compete...

...Não podemos realizar qualquer estudo de faculdades medianímicas, sem o estudo da personalidade. Considero, assim, de extrema importância a apreciação dos centros cerebrais, que representam bases de operação do pensamento e da vontade, que influem de modo compreensível em todos os fenômenos mediúnicos, desde a intuição pura à materialização objetiva. Esses recursos, que merecem a defesa e o auxílio das entidades sábias e benevolentes, em suas tarefas de amor e sacrifício junto dos homens, quando os medianeiros se sustentam no ideal superior da bondade e do serviço ao próximo, em muitas ocasiões podem ser ocupados por entidades inferiores ou animalizadas, em lastimáveis processos de obsessão...

... Muitos médiuns se arrojam a prejuízos dessa ordem. Depois de ensaios promissores e começo brilhante, acreditam-se donos de recursos espirituais que lhes não pertencem ou temem as aflições prolongadas da marcha e recolhem-se à inutilidade, descendo de nível moral ou conchegando-se a improdutivo repouso, porquanto retomam inevitavelmente a cultura dos impulsos primitivos que o trabalho incessante no bem os induziria a olvidar...

...Nossas realizações espirituais do presente são pequeninas réstias de claridade sobre as pirâmides de sombra do nosso passado. É imprescindível muita cautela com as sementeiras do bem para que a ventania do mal não as arrase. É por isso que a tarefa mediúnica, examinada como instrumentação para a obra das Inteligências superiores, não é tão fácil de ser conduzida a bom termo, de vez que, contra o canal ainda frágil que se oferece à passagem da luz, acometem as ondas pesadas de treva da ignorância, a se agitarem, compactas, ao nosso derredor..."

Capítulo III

"..O Espírito em turvação é um alienado mental, requisitando auxílio. Nas sessões de caridade, qual a que presenciamos, o primeiro socorrista é o médium que o recebe, mas, se esse socorrista cai no padrão vibratório do necessitado que lhe roga serviço, há pouca esperança no amparo eficiente. O médium, pois, quando integrado nas responsabilidades que esposa, tem o dever de colaborar na preservação da ordem e da respeitabilidade na obra de assistência aos desencarnados, permitindo-lhes essa manifestação não colida com a dignidade imprescindível ao recinto...

... E numa imagem feliz para ilustrar o assunto, ajuntou:
- Um médium passivo, em tais circunstâncias, pode ser comparado à mesa de serviço cirúrgico, retendo o enfermo necessitado de concurso médico.
Se o móvel especializado não possuísse firmeza e humildade, qualquer intervenção seria de todo impossível..."

Capítulo XIII

Em matéria de mediunidade, não nos esqueçamos do pensamento.
Nossa alma vive onde se lhe situa o coração.
Caminharemos, ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for.
A gravitação no campo mental é tão incisiva, quanto na esfera da experiência física.
Servindo ao progresso geral, move-se a alma na glória do bem. Emparedando-se no egoísmo, arrasta-se, em desequilíbrio, sob as trevas do mal.
A lei Divina é o bem de todos.
Colaborar na execução de seus propósitos sábios é iluminar a mente e clarear a vida. Opor-lhe entraves, a pretexto de acalentar caprichos perniciosos, é obscurecer o raciocínio e coagular a sombra ao redor de nós mesmos.
É indispensável ajuizar quanto à direção dos próprios passos, de modo a evitarmos o nevoeiro da perturbação e a dor do arrependimento.
Nos domínios do espírito não existe a neutralidade.
Evoluímos com a luz eterna, segundo os desígnios de Deus, ou estacionamos na treva, conforme a indébita determinação de nosso "eu".

... Satisfazer-se alguém com o rótulo, em matéria religiosa, sem qualquer esforço de sublimação interior, é tão perigoso para a alma quanto deter uma designação honorífica entre os homens com menosprezo pela responsabilidade que ela impõe.
Títulos de fé não constituem meras palavras, acobertando-nos deficiências e fraquezas. Expressam deveres de melhoria a que não nos será lícito fugir, sem agravo de obrigações.
Em nossos círculos de trabalho, desse modo, não nos bastará o ato de crer e convencer.
Ninguém é realmente espírita à altura desse nome, tão-só porque haja conseguido a cura de uma escabiose renitente, com o amparo de entidades amigas, e se decida, por isso, a aceitar a intervenção do Além-Túmulo na sua existência; e ninguém é médium, na elevada conceituação de termo, somente porque se faça órgão de comunicação entre criaturas visíveis e invisíveis.
Para conquistar a posição de trabalho a que nos destinamos, de conformidade com os princípios superiores que nos enaltecem o roteiro, é necessário concretizar-lhes a essência em nossa estrada, por intermédio do testemunho de nossa conversão ao amor santificante.
Não bastará, portanto, meditar a grandeza de nosso idealismo superior. É preciso substancializar-lhe a excelsitude em nossas manifestações de cada dia. ²

É, muito importante que, nós médiuns, nos conscientizemos do grande benefício que o correto exercício da mediunidade nos faculta, e busquemos nos aprimorar cada vez mais nas tarefas de socorro espiritual, para subirmos alguns degraus na escalada do progresso espiritual que tem em Jesus Cristo o modelo a ser seguido por todos, para que exercitando a prática da caridade em prol do mais necessitado, espalhando o bem em torno dos nossos passos, seguindo seus exemplos, consigamos por fim levar a efeito a nossa necessária e tão sonhada reforma moral.

Para saber mais leia:
1) Livro dos Médiuns Capítulo XX.
2) Nos Domínios da Mediunidade, pelo Espírito André Luiz, Psicografia de Chico Xavier.
3) Grifos nossos.

Por Francisco Rebouças

25/02/2011

MEME LITERÁRIO

Selo oferecido por Maria José do blog: http://Arcadoautoconhecimento.blogspot.com a quem agradeco a lembranca e o carinho!

Passo adiante, juntamente com as minhas respostas e novas indicações.
1. Sim, com certeza. Vários livros espíritas.
2. Difícil escolher um único livro para o resto da vida. A cada          momento surge uma nova necessidade de aprendizado.
3. Paulo e Estevao psicografado por Francisco Candido Xavier / pelo espírito Emmanuel.  O Livro dos Espíritos de Allan Kardec.     Há Dois mil Anos  e muitos outros.... 
4.
Indicações: 
1. http://lostinjapan.portalnippon.com/ 
2. http://cmespirito.blogspot.com/
3. http://soniasilvinoreflexoes.blogspot.com/
4. http://jornadaedificante.blogspot.com/ 
5. http://memoriasvivasereais.blogspot.com/
6. http://mentoresdeluz.blogspot.com/
7. http://lucianodudu1974.blogspot.com/  
8. http://nectantaurus.blogspot.com/
9. http://focoholistico.blogspot.com/
10. http://scherezade77.blogspot.com/

Abracos e sucesso a todos!

24/02/2011

EM 2057 A TERRA SERÁ UM MUNDO DE REGENERACãO

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Quais os Espíritos que reencarnarão na Terra?
Para Allan Kardec, no mundo de regeneração o homem ainda é falível, e o Espírito do mal ainda não perdeu completamente o seu domínio sobre ele. Não avançar é recuar, e se ele não estiver firme no caminho do bem, pode cair novamente em mundos de expiação, onde o esperam novas e mais terríveis provas. Segundo Emmanuel, a Terra será um mundo regenerado por volta de 2.057, conforme informação prestada através do médium Chico Xavier, publicada no livro Plantão de Respostas, Volume II. Porém, para entendermos essa questão, precisamos inicialmente entender a categoria que ocupa o nosso planeta na hierarquia dos mundos habitados.
    http://www.correioespirita.org.br/

REFLEXÕES SOBRE A GRANDE TRANSIÇÃO PLANETÁRIA

SUELY CALDAS SCHUBERT 

Queridos amigos, estas são reflexões imprescindíveis, que todos nós, espíritas, comprometidos com a divulgação e vivência dos ensinamentos do Espiritismo, necessitamos fazer, compreendendo que estamos sendo convocados, diretamente, para contribuir com o processo de regeneração da Humanidade.

Minha proposta aos queridos amigos é a de observarmos mais atentamente a mensagem-revelação do Espírito Órion., contida no livro Transição Planetária.

Ressaltarei desse capítulo, que é o terceiro, os pontos referentes à convocação que é feita pelo emissário que veio de uma das Plêiades (constelação do Touro), especialmente a nós, espíritas.

Inicialmente apresento algumas considerações:

O livro Transição Planetária, a meu ver, é a obra mediúnica mais importante dos últimos tempos ao abordar o grandioso processo da renovação planetária, conforme está predito, e como isso se realizará, para que a Terra alcance o patamar da regeneração.

Jesus, no Sermão profético (Mt c.24 e 25; Mc c.13; Lc 21:5-36) fala do “princípio das dores” e da “grande tribulação”.

Em O Livro dos Espíritos, em resposta à questão 1019 proposta por Allan Kardec, o Espírito São Luís elucida, com muita clareza, o que deverá ocorrer para que o bem reine na Terra. Também em A Gênese, cap. XVIII, Kardec aprofunda os esclarecimentos com relação à grande transformação moral e espiritual do planeta.

Na magnífica obra mediúnica Há dois mil anos, (FEB, 1939), Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, relata no cap. VI da segunda parte, intitulado “Alvoradas do reino do Senhor”, o discurso de Jesus (texto que divulguei há 3 anos para todos os nossos grupos), quando recepcionava um grupo de mártires sacrificados no circo romano. Segundo Emmanuel, o Mestre fez naquele momento sublime, “a exposição de suas profecias augustas”. Nessa importante profecia – recordemos que isto aconteceu há dois mil anos –encontramos detalhes de como se dará a transição, que ora está em curso.

No ano de 1948, a FEB lança o livro Caminho, verdade e vida, de Emmanuel/Chico Xavier, em cujo cap.140, intitulado “Para os montes”, o autor espiritual tece comentários sobre um dos versículos do Sermão profético, conforme Mt 24:16. O texto é notável pois traça um panorama - àquela época –do que estamos vivendo hoje.

Recentemente, a Mentora Joanna de Ângelis, através de Divaldo Franco, divulga a mensagem intitulada “A Grande transição”, (livro Jesus e Vida – LEAL, 2007) excelente esclarecimento sobre o tema que estou enfocando. Interessante assinalar que esta mensagem foi transmitida, penso eu, como preparação para o livro Transição Planetária , que é o objeto de nossas reflexões.

Todos os textos acima evidenciam que a importante contribuição do querido Benfeitor Manoel Philomeno de Miranda, está doutrinariamente fundamentada nas obras citadas.

A obra Transição Planetária, traz, portanto, minuciosos esclarecimentos acerca do processo da regeneração do planeta Terra. Sendo assim é imprescindível que todos os que estarão recebendo essas reflexões estejam em dia com a leitura desse livro. E quem já leu releia...

A seguir, observemos o trecho em que Órion esclarece a vinda de milhares de Espíritos da mesma Esfera ao qual pertence que, inicialmente, estarão se dirigindo às comunidades espirituais (que são denominadas entre nós de ‘colônias espirituais’) que estão próximas à Terra, expondo o grandioso programa ,“de forma que, unidos, formemos uma só caravana de laboriosos servidores, atendendo as determinações do Governador terrestre, o Mestre por excelência.”

“De todas essas comunidades(colônias espirituais) seguirão grupos espirituais preparados para a disseminação do programa, comunicando-se nas instituições espíritas sérias e convocando os seus membros à divulgação das diretrizes para os novos cometimentos.

Expositores dedicados e médiuns sinceros estarão sendo convocados a participarem de estudos e seminários, para que seja desencadeada uma ação internacional no planeta, convidando as pessoas sérias à contribuição psíquica e moral em favor do novo período.”

É importante que leiam todo o capítulo e que atentemos para as advertências que Órion transmite. Claro que os testemunhos acontecerão, como podemos imaginar.

Na parte final da mensagem ele afirma : “ O modelo a seguir permanece Jesus, e a nova onda de amor trará de retorno o apostolado, os dias inesquecíveis das perseguições e do martirológio que, na atualidade, terá características diversas, já que não se podem matar impunemente os corpos como no passado...”

Queridos amigos, agora já sabemos.

A sintonia com essa programação depende de cada um, desde que aceite participar. Mas penso que todos estamos, vibratoriamente e honrosamente,engajados nesse nobre propósito. 

Como diz Joanna, a amorável  Benfeitora de todos nós:

“Aclimatados à atmosfera do Evangelho, respiremos o ideal da crença... E unidos uns aos outros, entre os encarnados e com os desencarnados, sigamos.

Jesus espera: avancemos! Suely Caldas Schubert  - 18/01/2011

22/02/2011

EM NOME DO AMOR

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Em nome do Amor

É assim o amor, portador de grandes milagres!...

É assim que devemos comportar em todos os dias das nossas vidas.

Essa é a nossa atitude, legatários que somos do amor de Deus nestes tumultuados dias da Humanidade.

Ouvistes a proposta do amor estes três dias.

Acompanhastes a trajetória do amor através das mensagens que vos foram dirigidas.

Sentistes o calor do amor em vossos corpos e a sua proposta em vossas emoções.

Ide, agora, e incendiai a Terra!...

O amor quando alcança as paisagens do coração arde e nenhum vendaval logra apagar a chama que crepita, transformando aquele que a carrega em facho de luz.

É noite na Terra, filhos da alma, e é indispensável que vos transformeis em estrelas para diminuir a escuridão que se abateu subitamente sobre a sociedade.

Jesus chama-nos desde há dois mil anos, e o Consolador convoca-nos para que não digamos amanhã...

Agora, meus filhos, é o instante de atearmos o incêndio que irá renovar as paisagens ermas do Planeta de Provas, a fim de que logo mais a Regeneração tome conta de todos os corações.

Não postergueis a oportunidade de amar.

Não revideis ofensa por ofensa, nem mágoa por mágoa ou dardo por dardo.

Convocados a expor a verdade, não vos transformeis em sicários de outras vidas.

Envolvei a verdade na lã do Cordeiro de Deus e atirai-a naqueles que dormem na ignorância ou que se encontram anestesiados pela ilusão, lembrando-vos de Jesus, afirmando: Eu venci o mundo.

Nem todos vencereis no mundo, mas se quiserdes vencereis, sim, o mundo das paixões perturbadoras e perversas...

Ide, pois, e amai!...

Esta é a hora de instaurardes na Terra a proposta de Jesus, construindo o mundo novo que já se encontra em vossos corações.

Muita paz, meus filhos!...

Com um abraço carinhoso, o servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra.

Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da VI Conferência Estadual Espírita, em 25 de abril de 2004, no Palácio de Cristal, em Curitiba-PR.

Em 28.12.2010.

21/02/2011

ESTRÉIA EM 1° DE ABRIL O FILME AS MAES DE CHICO XAVIER

    Após o sucesso em 2010 dos filmes "Chico Xavier", do diretor Daniel Filho, com público recorde na estréia, levando cerca de 3,5 milhões de pessoas às salas de cinema, e "Nosso Lar", com 4 milhões de espectadores, o cinema transcendental programa mais um longa metragem abordando a história de vida do médium mineiro. Estreia no dia 1º de abril nos cinemas de todo o país o filme "As Mães de Chico Xavier", dos diretores Glauber Filho e Halder Gomes, uma produção da Estação Luz Filmes, com distribuição da Paris Filmes e apoio promocional da Globo Filmes e Telecine. O Filme traz em seu elenco nomes como Nelson Xavier, Caio Blat, Vanessa Gerbelli, Herson Capri, Via Negromonte e Tainá Muller, entre outros.
    “As Mães de Chico Xavier” é baseado em fatos reais e conta a história de três mães, vivendo momentos distintos de suas vidas e que vêem sua realidade se transformar repentinamente: Ruth (Via Negromonte), cujo filho jovem enfrenta problemas com drogas; Elisa (Vanessa Gerbelli), que tenta superar a ausência do marido em casa dedicando-se integralmente ao filho, o pequeno Theo (Gabriel Pontes); e Lara (Tainá Muller), uma professora que enfrenta o dilema de uma gravidez não planejada. Suas histórias se cruzam quando elas recebem conforto e reencontram a esperança de vida através do contato mantido com Chico Xavier.
    Na produção, Nelson Xavier revive o papel de Chico Xavier. Herson Capri interpreta Mário, marido de Ruth. Caio Blat vive um jornalista que quer investigar o médium. Neuza Borges é a cuidadosa governanta que convive com o casal Elisa e Guilherme (Joelson Medeiros).
    "Mães" foi filmado em película 35mm nos meses de abril e maio de 2010, com locações nas cidades de Guaramiranga, Pacatuba, e também em Fortaleza, no Ceará, tendo as filmagens sido concluídas em Pedro Leopoldo (MG), terra natal de Chico Xavier. O filme é inspirado no livro “Por Trás do Véu de Isis”, do jornalista e escritor Marcel Souto Maior, com roteiro original de Glauber Filho e Emmanuel Nogueira. Luis Eduardo Girão é o produtor e a produção executiva está a cargo de Sidney Girão e Leonardo Leal. A Estação Luz Filmes é responsável pela produção de “Bezerra de Menezes – O Diário de Um Espírito”, de 2008, surpreendente sucesso de público, com mais de 500 mil espectadores e que alavancou o gênero transcendental no Brasil, e também co-produtora dos longas “Chico Xavier”, “Área Q” e “O Filme dos Espíritos”.
    O longa metragem conta com apoio do BIC Banco, Servis Segurança, Ype, BBTVM, Coelce, Sabesp, Capemisa, Banco do Nordeste, Panavision, UltraLimpo, Ultra Ambiental, Movida, Agência da Boa Noticia, Unifor, Prefeitura de Pacatuba, Bio Agre, VIACG, DistriVideo e Usina 2. O filme teve incentivo da Secretaria de Cultura/Governo do Estado do Ceará e Ancine/Governo Federal. A co-produção é da Associação Estação da Luz, LightHouse, Atc Entretenimento. Os produtores associados são Gerson Sanginitto, Ric Halpern e Fabio Ribeiro.

Pré-estreias em todo o Brasil

Antes de sua estréia comercial, "As Mães de Chico Xavier" percorrerá um histórico calendário de 20 avant-premières,sendo 18 capitais brasileiras e mais as cidades de Uberaba e Pedro Leopoldo, ambas em Minas Gerais. Em paralelo, o filme participará de um Festival e uma Mostra. No dia 24 de março, o longa abrirá o I Festival de Cinema Transcendental, a ser realizado em Brasília (DF). Já no dia 31 de março, véspera da estréia em circuito nacional, o Filme encerra a Mostra de Cinema Transcendental, em Fortaleza.

as maes de chico 1

as maes de chico 2 

http://asmaesdechicoxavier.com.br / trailer do filme: http://mais.uol.com.br/

18/02/2011

O ESPELHO DA VIDA

Espelho da Vida

A mente é o espelho da vida em toda parte...
Ergue-se na Terra para Deus, sob a égide do Cristo, à feição do diamante bruto, que, arrancado ao ventre obscuro do solo, avança, com a orientação do lapidário, para a magnificência da luz.
Nos seres primitivos, aparece sob a ganga do instinto, nas almas humanas surge entre as ilusões que salteiam a inteligência, e revela-se nos Espíritos Aperfeiçoados por brilhante precioso a retratar a Glória Divina.
Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos achamos entre a animalidade e a angelitude, somos ímpelidos a interpretá-la como sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conhecimento adquirido nos permite operar.
Definindo-a por espelho da vida, reconhecemos que o coração lhe é a face e que o cérebro é o centro de suas ondulações, gerando a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo para acrísolar e sublimar.
Em todos os domínios do Universo vibra, pois, a influência recíproca.
Tudo se desloca e renova sob os princípios de interdependência e repercussão.
O reflexo esboça a emotividade.
A emotividade plasma a idéia.
A idéia determina a atitude e a palavra que comandam as ações.
Em semelhantes manifestações alongam-se os fios geradores das causas de que nascem as circunstâncias, válvulas obliterativas ou alavancas libertadoras da existência.
Ninguém pode ultrapassar de improviso os recursos da própria mente, muito além do círculo de trabalho em que estagia; contudo, assinalamos, todos nós, os reflexos uns dos outros, dentro da nossa relativa capacidade de assimilação.
Ninguém permanece fora do movimento de permuta incessante.
Respiramos no mundo das imagens que projetamos e recebemos. Por elas, estacionamos sob a fascinação dos elementos que provisoriamente nos escravizam e, através delas, incorporamos o influxo renovador dos poderes que nos induzem à purificação e ao progresso.
O reflexo mental mora no alicerce da vida.
Refletem-se as criaturas, reciprocamente, na Criação que reflete os objetivos do Criador.

Emmanuel
(Do livro "Pensamento e Vida", 1, FCXavier)

16/02/2011

ANJOS GUARDIÃES, ESPÍRITOS PROTETORES, FAMILIARES OU SIMPÁTICOS

mentor

Os Espíritos que se ligam a um indivíduo em particular para o proteger, é o que podemos chamar de irmão espiritual, o bom Espírito ou o bom gênio.(LE - 489)

Deve-se entender por anjo guardião, o Espírito protetor de uma ordem elevada.(LE - 490)

A missão do Espírito protetor é a de ser um pai sobre seus filhos: guiar seu protegido no bom caminho, ajudá-lo com seus conselhos, consolar suas aflições, sustentar sua coragem nas provas da vida.(LE - 491)

O Espírito protetor liga-se ao indivíduo no seu nascimento e estará junto dele até a morte, e, freqüentemente, o segue depois da morte na vida espírita, e mesmo em várias existências corporais, porque essas existências são apenas fases bem curtas com relação à vida do Espírito.(LE - 492)

O Espírito protetor é obrigado a velar por nós porque aceitou essa tarefa, mas pode escolher os seres que lhe são simpáticos. Para alguns é um prazer, para outros uma missão ou um dever. Mas, isso não o impede também de ajudar outras criaturas, só que o faz menos exclusivamente.(LE - 493)

Freqüentemente, ocorre que o Espírito protetor tem que deixar sua posição para executar outras missões; então, são substituídos.(LE - 494)

Mensagem de São Luiz e Santo Agostinho(495)

O Espírito protetor se afasta quando vê seus conselhos inúteis, e que a vontade de sofrer a influência de Espíritos inferiores é mais forte. Todavia, não o abandona completamente, e se faz sempre ouvir sendo, então, o homem quem fecha os ouvidos. Ele retorna, desde que chamado.

É uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos pelo seu encanto e pela doçura: a dos anjos guardiães. Pensar que se tem sempre perto de si seres que nos são superiores, que estão sempre aí para nos aconselhar, nos sustentar, nos ajudar a escalar a áspera montanha do bem, que são os amigos mais seguros e devotados do que as mais íntimas ligações que se possa contrair sobre a Terra, já é uma idéia bem consoladora. Esses seres estão perto de nós por ordem de Deus; Ele os colocou junto de nós, e estão, por seu amor, cumprindo uma bela, mas penosa missão. Onde estejamos, ele estará conosco: na prisão, nos hospitais, nos lugares de devassidão, na solidão, nada nos separa desse amigo invisível, mas do qual nossa alma sente os mais doces estímulos e ouve os sábios conselhos.

Devemos procurar conhecer melhor esta verdade! quantas vezes ela nos ajudou e ajudara ainda nos momentos de crise; quantas vezes ela nos salvou e salvará ainda dos ataques dos maus Espíritos! Todavia, no grande dia, este anjo de bondade terá freqüentemente de nos dizer: “Não te disse isto? e não fizeste; não te mostrei o abismo? e ai te precipitaste; não te fiz ouvir na consciência a voz da verdade? e seguistes os conselhos da mentira?” Procuremos interrogar nossos anjos guardiães; procuremos estabelecer entre eles e nós uma ternura íntima a mesma que reina entre os melhore amigos. Não pensemos em esconder-lhe nada, porque eles têm os olhos de Deus, e não o podemos enganar. Sonhemos com o futuro; procuremos avançar nesta vida e nossas provas serão mais curtas, nossas existências mais felizes. Caminhemos! homens de coragem; procuremos atirar para longe de nós, de uma vez por todas, preconceitos e idéias preconcebidas; vamos entrar juntos na nova estrada que se abre diante de nós; marchemos! temos orientadores, seguros: o objetivo não nos pode faltar, porque esse objetivo é Deus.

Aqueles que pensam ser impossível aos Espíritos verdadeiramente elevados, se sujeitarem a uma tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que eles influenciam nossas almas mesmo estando a vários milhões de léguas de nós. Para eles o espaço não é nada, e mesmo vivendo em outro mundo, os Espíritos conservam sua ligação. Gozam, eles, de qualidades que não podemos ainda compreender, mas estejamos certos de que Deus não impôs a eles uma tarefa acima de suas forças, assim, como Ele não nos abandonou sós sobre a Terra, sem amigos sem apoio. Cada anjo guardião tem seu protegido sobre o qual vela, como um pai vela sobre o seu filho, e é feliz quando o vê no bom caminho, e sofre quando seus conselhos são menosprezados.

Não vamos nos preocupar em fatigar os anjos com nossas perguntas; procuremos estar ao contrário, sempre nos relacionando com eles: seremos mais fortes e mais felizes. São essas comunicações de cada homem com seu Espírito familiar que fazem todos os homens médiuns, médiuns hoje ignorados, mas que se manifestarão mais tarde e se espalharão como um oceano sem limites para repelir a incredulidade e a ignorância. Homens instruídos, instrui; homens de talento procuram elevar seus semelhantes. Procuremos continuar a obra do Cristo, a que Deus nos impôs. Por que Deus nos deu a inteligência e a ciência, para repartir com nossos irmãos, para os adiantar no caminho da alegria e da felicidade eterna.(LE - 495)

NOTA DE ALLAN KARDEC: A doutrina dos anjos guardiães, velando sobre seus protegidos, malgrado a distância que separa os mundos, não tem nada que deva surpreender; ela é, ao contrário, grande e sublime. Não vemos sobre a Terra um pai velar sobre o seu filho ainda estando longe, ajudá-lo com seus conselhos por correspondência? Que haverá, então, de espantoso em que os Espíritos possam guiar aqueles que tomaram sob sua proteção, de um mundo a outro, visto que, para eles, a distância que separa os mundos é menor que a que separa, sobre a Terra, os continentes? Não tem eles, por outro lado, o fluído universal que liga todos os mundos e os torna solidários, veículo imenso da transmissão dos pensamentos, como o ar é para nós o veículo da transmissão do som?

Quando os bons Espíritos têm que abandonar seus protegidos, não fazem, jamais, o mal; deixam que o façam aqueles que tomam o seu lugar; não podemos, então, acusar a sorte pelos infortúnios que nos acabrunham, quando é nossa a falta.(LE - 496)

Há união dos maus Espíritos para neutralizar a ação dos bons. Mas, se o protegido quiser, ele dará toda a força ao seu bom Espírito. O bom Espírito talvez encontre uma boa vontade, alhures, para ajudar, disto aproveita até seu retorno junto do seu protegido.(LE - 497)

Quando o Espírito protetor deixa seu protegido se transviar na vida, não é por falta de força, de sua parte, na luta contra outros Espíritos malévolos, é porque ele não quer. Seu protegido sai das provas mais perfeito e mais instruído. Ele o assiste com seus conselhos, pelos bons pensamentos que lhe sugere, mas que, infelizmente, não são sempre ouvidos. Não é senão a fraqueza, a negligência ou o orgulho do homem que dão força aos maus Espíritos; o poder deles sobre nós resulta de não lhes resulta de não lhes opormos resistência.(LE - 498)

Não é necessário o Espírito protetor estar constantemente com seu protegido. Há circunstâncias em que a presença do Espírito protetor não é necessária junto ao seu protegido.(LE - 499)

Quando se alcançar um grau de poder se conduzir a si mesmo, assim como, quando um escolar não tiver mais necessidade de um mestre, não haverá mais necessidade de se ter um anjo guardião; mas isso ainda esta longe de ocorrer aqui na Terra.(LE - 500)

A ação dos Espíritos sobre nossa existência é oculta e, não é feita de forma ostensiva, porque senão não agiríamos por nós mesmos, e nós como Espíritos não progrediríamos. Para que possa avançar é necessário a experiência e é preciso, freqüentemente, que se adquira às próprias custas; é preciso que exerça suas habilidades, sem isso seria como uma criança que não se permitisse andar sozinha. A ação dos Espíritos que nos querem bem é sempre regulada de maneira a nos deixar o livre arbítrio, porque se não tivermos responsabilidade não avançaremos no caminho que nos deve conduzir até Deus. O homem, não vendo o seu apoio, se entrega às suas próprias forças; seu guia, entretanto, vela sobre ele e, de tempos em tempos, lhe brada para desconfiar do perigo.(LE - 501)

É um mérito para o Espírito protetor, quando consegue conduzir seu protegido no bom caminho, seja para seu próprio adiantamento, seja por sua alegria. Ele é feliz quando vê seu desvelo coroado de sucesso, triunfando como um preceptor triunfa com o sucesso de seu aluno.(LE - 502)

O Espírito protetor não é responsável se não triunfar, visto que fez tudo aquilo que dependia de seu esforço.

O Espírito protetor sofre e lastima quando vê seu protegido seguir um mau caminho, malgrado os seus avisos. Só que essa aflição não tem as angústias da paternidade terrestre, porque sabe que há remédio para o mal, e que aquilo que não se faz hoje, far-se-á amanhã.(LE - 503)

Não há necessidade de conhecer o nome do nosso Espírito protetor, mas, podemos acreditar que é sempre um amigo, um conhecido nosso.(LE - 504)

Para invocá-lo, podemos lhe dar o nome que quisermos, inclusive o de um Espírito superior pelo qual temos simpatia ou veneração. Esse nosso Espírito protetor virá a esse apelo, porque todos os bons Espíritos são irmãos e se assistem entre si.(LE - 504a)

Nem sempre os nomes de pessoas conhecidas do qual os Espíritos protetores usam, são sempre dessas pessoas, mas o usam, porque tem simpatia por essas pessoas que lhes são simpáticas e que, freqüentemente, vêm por sua ordem. Normalmente ainda necessitamos de nomes, principalmente daqueles que nos inspiram confiança. Quando não podemos cumprir uma missão pessoalmente, não enviamos alguém do qual temos confiança para cumpri-la em nosso nome?(LE - 505)

Quando estivermos na vida espírita, reconheceremos nosso Espírito protetor e, ficaremos surpresos, porque normalmente, vamos verificar, que o conhecíamos antes de nos encarnarmos.(LE - 506)

Nosso Espírito protetor pode pertencer a uma classe de Espíritos superiores, pode também se encontrar entre os médios, pode ser até alguém que já foi nosso pai, só que a proteção supõe um certo grau de elevação, um poder ou uma virtude a mais, concedida por Deus. O pai que protege seu filho, pode ser, ele mesmo, assistido por um Espírito mais elevado.(LE - 507)

Os Espíritos que deixaram a Terra, mesmo aqueles a deixaram em boas condições, tem seus poderes mais ou menos restritos; a posição em que se encontram não lhes deixa toda a liberdade de agir. Assim, nem sempre podem proteger aqueles que amam e que ficaram na Terra.(LE - 508)

Cada homem tem um Espírito que vela sobre ele, seja no seu estado selvagem ou de inferioridade moral, mas as missões são relativas ao seu objetivo. Não podemos dar a uma criança que está aprendendo a ler um professor de filosofia. O progresso do Espírito familiar segue o do Espírito protegido. Tendo cada um de nós um Espírito superior que nos vela. Onde podemos, por outro turno, sermos protetor de um Espírito que nós é inferior, e os progressos que o ajudarmos a conquistar contribuirão para o nosso adiantamento. Deus não pede ao Espírito, além do que comportem sua natureza e o grau que alcançou.(LE - 509)

Nem sempre quando um pai que vela sobre o filho vem a reencarnar, continua a velar sobre ele, isso é bem mais difícil acontecer, mas ele convida, num momento de desprendimento, um Espírito simpático para o assistir nessa missão. Aliás, os Espíritos não aceitam senão missões que podem cumprir até o fim.

O Espírito encarnado, sobretudo nos mundos onde a existência material, está mais submetido ao seu corpo para poder ser inteiramente devotado, quer dizer, assistir pessoalmente. Por isso, aqueles que são bastante elevados, são, eles mesmos, assistidos por Espíritos que lhe são superiores, de tal sorte que se um falta por uma causa qualquer, é substituído por um outro.(LE - 510)

Os maus Espíritos procuram desviar do bom caminho um indivíduo quando encontram oportunidade; mas quando um deles se liga a um indivíduo, o faz por si mesmo, posto que espera ser escutado. Então, há luta entre o bom e o mau, e vence aquele que o homem deixar imperar sobre si.(LE - 511)

Cada homem tem sempre Espíritos simpáticos, mais ou menos elevados, que se afeiçoam e se interessam por ele, como tem os que os assistem no mal.(LE - 512)

Algumas vezes os Espíritos simpáticos agem em virtude de uma missão temporária mas, o mais freqüentemente, não são solicitados senão pela semelhança de pensamentos e de sentimentos no bem, como no mal.(LE - 513)

Existem diferenças entre Espíritos simpáticos, familiares e protetores, na proteção e na simpatia; O Espírito familiar é antes o amigo da casa.(LE - 514)

NOTA DE ALLAN KARDEC: Das explicações acima e das observações feitas sobre a natureza dos Espíritos que se ligam ao homem, pode-se deduzir o que se segue:

O Espírito protetor, anjo guardião ou bom gênio, é aquele que tem por missão seguir o homem na vida e ajudá-lo a progredir. Ele é sempre de uma natureza superior relativamente à do protegido.

Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por laços mais ou menos duráveis tendo em vista ser-lhes úteis, no limite de seu poder, freqüentemente bastante limitado. Eles são bons mas, algumas vezes, pouco avançados e mesmo um pouco levianos. Eles se ocupam, de bom grado, dos detalhes da vida íntima e não agem senão por ordem ou com permissão dos Espíritos protetores.

Os Espíritos simpáticos são os que se sentem atraídos para nós por afeições particulares e uma certa semelhança de gostos e de sentimentos, no bem como no mal. A duração de suas relações é quase sempre subordinada às circunstâncias.

O mau gênio é um Espírito imperfeito ou perverso que se liga ao homem para desviá-lo do bem, e age por sua própria iniciativa e não em virtude de uma missão. Sua tenacidade está em razão do acesso mais ou menos fácil que encontra. O homem está sempre livre para escutar sua voz ou repeli-la.

Certas pessoas exercem sobre outras, uma espécie de fascinação, que parece irresistível e, ligam-se a certos indivíduos para os compelir à perdição, ou para guiá-los no bom caminho. Quando isso tem lugar para o mal, são maus Espíritos que se servem de outros maus Espíritos para melhor subjugar. Deus o permite para os experimentar.(LE - 515)

Algumas vezes, nosso bom ou mau gênio podem se encarnar para nos acompanhar na vida de um modo mais direto. Só, que, freqüentemente, eles encarregam dessa missão outros Espíritos encarnados, que lhes são simpáticos.(LE - 516)

Certos Espíritos se ligam aos membros de uma mesma família que vivem em conjunto e que estão unidos pela afeição, mas não deve se admitir Espíritos protetores do orgulho de raça.(LE - 517)

Os Espíritos vão de preferência onde estão seus semelhantes; aí estão mais a vontade e mais seguros de serem ouvidos. O homem atrai para si os Espíritos em razão de suas tendências, quer esteja só ou formando uma coletividade, como uma sociedade, uma cidade ou um povo. Há então, sociedades, cidades e povos que são assistidos por Espíritos mais ou menos elevados segundo o caráter e as paixões que neles dominam. Os Espíritos imperfeitos se afastam daqueles que os repelem. Resulta disso que o aperfeiçoamento moral das coletividades, como o dos indivíduos, tende a afastar os maus Espíritos e a atrair os bons que excitam e entretêm o sentimento do bem nas massas como outros podem lhes insuflar as más paixões.(LE - 518)

As aglomerações de indivíduos, como as sociedades, as cidades, as nações, têm seus Espíritos protetores especiais, porque essas reuniões são de individualidades coletivas que marcham com um objetivo comum e que têm necessidade de uma direção superior.(LE - 519)

A natureza dos Espíritos protetores das massas são relativas, dependem do grau de adiantamento das massas, como dos indivíduos.(LE - 520)

Certos Espíritos podem ajudar o progresso das artes, pois há Espíritos especiais que assistem aqueles que os invocam, quando eles os julgam dignos. Mas, não com aqueles que crêem ser o que não são. Os Espíritos não fazem os cegos verem, nem os surdos ouvirem.(LE - 521)

NOTA DE ALLAN KARDEC: Os antigos fizeram divindades especiais; as Musas não eram outras que a personificação alegórica dos Espíritos protetores das ciências e das artes, como designaram sob o nome de lares e de penates os Espíritos protetores da família. Entre os modernos, as artes, as diferentes indústrias, as cidades, os continentes têm também seus patronos protetores, que não são outros que os Espíritos superiores, mas sob outros nomes.

Cada homem tendo seus Espíritos simpáticos, disso resulta que, nas coletividades, a generalidade dos Espíritos simpáticos está na relação com a generalidade dos indivíduos; que os Espíritos estranhos para ai são atraídos pela identidade dos gostos e dos pensamentos, em uma palavra, que esses agregados, assim como os indivíduos, são mais ou menos bem rodeados, assistidos, influenciados segundo a natureza dos pensamentos da multidão. Entre os povos, as causas de atração dos Espíritos são os costumes, os hábitos, o caráter dominante, as leis sobretudo, porque o caráter de uma nação se reflete em suas leis. Os homens, que fazem reinar a justiça entre si, combatem a influência dos maus Espíritos. Em toda a parte onde as leis consagram as coisas injustas, contrárias à Humanidade, os bons Espíritos estão em minoria, e a massa dos maus que afluem entretêm a nação em suas idéias e paralisa as boas influências parciais perdidas na multidão, como uma espiga isolada no meio das as sarças. Estudando os costumes dos povos ou de toda reunião de homens, é fácil de se fazer uma idéia da população oculta que se imiscui nos seus pensamentos e nas suas ações.

RESUMO

Cada indivíduo tem o seu “irmão espiritual”, a que chamamos de Bom Espírito, Bom Gênio. Por Anjo da Guarda ou Anjo Guardião deve-se entender o Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada. A sua função é a de um pai, em relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas de vida. Nem sempre o Espírito protetor está junto ao seu protegido, mas não o perde de vista. Podemos invocar o nosso Espírito protetor, pelo pensamento, que ele acudirá ao apelo.

Há também Espíritos que nos assistem e que são denominados Espíritos familiares ou Espíritos simpáticos. São os amigos da casa. Mesmo as aglomerações de indivíduos, as sociedades, as cidades, as nações, têm Espíritos protetores, pois são coletivamente que precisam de uma direção superior.


A vida desenvolve-se em dois planos.

Um deles é bastante conhecido, já que é palpável e visível aos olhos humanos, pode-se sentir, cheirar e bastasse olhar ao redor. É chamado de mundo corporal ou físico.

O outro, agora começa a ser conhecido e reconhecido, sendo invisível aos olhos humanos e do qual foi conhecido através dos fenômenos da mediunidade. Embora invisível aos sentidos comuns, esse outro mundo é perfeitamente definido, formando uma outra sociedade composta de pessoas desencarnadas.

É o chamado mundo espiritual ou dos Espíritos.

Os Espíritos estão ao nosso lado, convivem conosco a todo instante.

Recebido por e-mail- ade-sergipe.com.br

Que esta mensagem lhe traga vibracoes de paz, confianca e luz em seu caminho!

14/02/2011

Ante o Divino Médico

 

perdaodivino

“Não são os que gozam de saúde que precisam de médico”  JESUS ( Mateus, 9: 12)

Milhões de nós outros, os espíritos encarnados e desencarnados em serviço na Terra, somos almas enfermas de muitos séculos.

Carregando débitos e inibições, contraídos em existências passadas ou adquiridos agora, proclamamos em palavras sentidas que Jesus é o nosso Divino Médico.

E basta ligeira reflexão para encontrar no Evangelho a coleção de receitas articuladas por ele, com vistas à terapia da alma.

Todas as indicações do sublime formulário primam pela segurança e concisão:

-Nas perturbações do egoísmo: Faze aos outros o que desejas que os outros te façam.

- Nas convulsões da cólera: Na paciência possuirás a ti mesmo.

- Nos acessos de revolta: Humilha-te e serás exaltado.

- Na paranóia da vaidade: Não entrarás no Reino do Céu sem a simplicidade de uma criança.

- Na paralisia de espírito por falsa virtude: Se aspiras a ser o maior, sê no mundo o servo de todos.

- Nos quistos mentais do ódio: Ama os teus inimigos.

- Nos delírios da ignorância: Aprende com a verdade e a verdade te libertará.

- Nas dores por ofensas recebidas: Perdoa setenta vezes sete.

- Nos desesperos provocados por alheias violências: Ora pelos que te perseguem e caluniam.

- Nas crises de incerteza, quanto à direção espiritual: Se queres vir após mim, nega a ti mesmo, toma a tua cruz e segue-me.

- Nós, as consciências que nos reconhecemos endividadas, regozijamo-nos com a declaração consoladora do Cristo: Não são os que gozam de saúde os que precisam de médico.

Sim, somos espíritos enfermos com ficha especificada nos gabinetes de tratamento, instalados nas Esferas Superiores, dos quais instrutores e benfeitores da Vida Maior nos acompanham e analisam ações e reações, mas é preciso considerar que o facultativo, mesmo sendo Nosso Senhor Jesus Cristo, não pode salvar o doente e nem auxiliá-lo de todo, se o doente persiste em fugir do remédio.

Francisco Cândido Xavier/ Emmanuel (Da obra “O Livro da Esperança” - Recebido por e-mail.

11/02/2011

CURAS ESPIRITUAIS E A FÍSICA MODERNA

curaquantica 

Artigos & Teses
Através do pensamento, o ser humano torna-se co-criador do Universo, como afirmou o espírito André Luiz em sua notável Obra. Sendo responsável pelo seu próprio destino e senhor das forcas psíquicas capazes de promover a saúde, o bem-estar e a alegria de viver, tanto para si mesmo como para os seus semelhantes. Na prece, a pessoa deve ser movida pela forca de quem verdadeiramente ama a Deus, e pedir coisas justas, de acordo com as suas Leis. Esse ensinamento encontra-se na primeira epistola de S. João: "Se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve" (I Jo 5,14), significando que nossas ânsias serão atendidas se estiverem de acordo com as Leis Naturais - o Amor. A faculdade de realizar curas espirituais é inerente à alma ou espírito, como disse o apóstolo Paulo: que são dados "pelo mesmo Espírito, os dons de curar" (I Cor 12,9). Praticamente todas as pessoas possuem essa faculdade e podem participar das realizações que se destinam à cura psicobioenergética das doenças, conforme atesta o espírito de Joanna de Angelis. O amor é o subsidio maior para a realização de todas as modalidades de curas espirituais, tanto quando são centradas em acções para beneficio da própria pessoa, como quando são direccionadas para a ajuda aos semelhantes. Amor, Imbatível Amor, do espírito Joanna de Angelis, é um livro recomendado para entendermos esta temática. Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, pagina 256, item 7, diz que "a fé não se prescreve, nem se impõe". Fala da fé cega e da fé raciocinada. A fé cega é a que aceita as coisas sem uma análise mais profunda, e afirma que somente a fé que se baseia em factos tem o mérito da veracidade – a fé raciocinada. A fé é uma virtude maravilhosa que ajuda sempre o ser humano, na condição de quando almeja alguma coisa para si mesmo ou para seus semelhantes, e quando actua como intermediário nas acções de cura espiritual dos doentes que o procuram, uma das razões que o doce Amigo proferiu "a fé move montanhas".

curas

Pensamento: natureza eléctrica ou quântica? O médico e educador espiritual André Luiz, diz-nos que o pensamento também é de natureza eléctrica. Sabiamente este espírito notável mostrou-se bastante prudente e de grande magnitude ética. Deixando a porta aberta, para novos conceitos que possam advir sobre tão nobre questão. No entanto existe quem não defenda tal postura e diga justificando que o pensamento é de natureza quântica. Vejamos: Nosso sistema nervoso analogicamente falando é como um computador cósmico. Aquele notável instrumento funciona continuamente, operando milhares de programas em simultâneo, dividindo-se em múltiplos biliões de bits de informação a cada segundo, e o que de grande beleza transcendental, sabe se conduzir. Pensar é de imediato formar padrões tão complexos e tão rápidos, e de tal variedade cientifica, quanto a própria realidade. A ciência material é limitada não possui os instrumentos necessários para observar tal fenómeno, rico de nuances e surpreendentemente controverso em sua forma de manifestação, para além dos seus limites internos, é obra...! A ciência consegui apurar através dum registo de um neurónio uma velocidade surpreendente, embora, muito ainda será descoberto, devido à sua grande limitação, pois a velocidade do pensamento deverá ser igual ou maior que a velocidade da luz, e por tal razão será impossível avaliar sua velocidade, já que não existem aparelhos para tal, nem a física admite por enquanto que no nosso universo nada possa ultrapassar a velocidade da luz, tal como previsto pela teoria da relatividade, apesar de algumas especulações. Há aproximadamente 20 anos sabe-se que existem inúmeros receptores em pontos fora do cérebro, que aliás a ciência tradicional chinesa já o sabe há séculos, como neurotransmissores e neuropeptídeos em células do sistema imunológico, chamadas monócitos, sendo surpreendente a descoberta de receptores nos leucócitos. Já conseguimos fotografar o percurso do “pensamento”, não do pensamento, em três dimensões como um holograma. Este processo é conhecido nos meios científicos como “PET” ou seja, tomografia por emissão de positrão, (antipartícula do electrão, de massa igual, mas de carga oposta) consistindo na injecção na corrente sanguínea duma determinada percentagem de glicose em que as moléculas de carbono foram marcadas com radioisótopos. Conseguindo verificar-se as alterações orgânicas necessárias como alterações bioquímicas; a nível celular, bem como a temperatura do corpo, da pressão sanguínea, do campo visual etc. A manifestação mais expressiva verifica-se na carga eléctrica, demonstrando impulso eléctrico quando da emissão do pensamento. Este impulso tem dimensões bem delineadas. Se o pensamento se torna quântico em alguma das ocasiões, admitimos que sim. O pensamento como nos disse o espírito André Luiz também é de natureza electromagnética mas não será só... Allan Kardec, afirma que os fluidos são o veículo do pensamento, e este não é mais que o gerador de toda criação, quer consciente ou inconsciente. Sendo a energia quântica de natureza subatómica, não possibilita ela a transmissão do pensamento fora do seu campo microcósmico, porque em determinado ponto do espaço ela se torna caótica, perdida, sem direccionamento. Se o pensamento fosse de origem quântica, seria difundido no espaço-tempo de forma desconexa, por falta de um condutor. Eis o motivo por se admitir a energia electromagnética como condutora do pensamento. No entanto como Kardec afirmou, os fluidos,
são o veículo do pensamento, sendo assim, sabemos hoje que o vácuo não existe, apesar de alguns ainda o afirmarem, por ignorância, O professor de Lion deixou sabiamente a porta aberta à investigação neste campo, pois a energia quântica somente necessita de um condutor para se expandir de forma ordenada, e o que a ciência sabe desses possíveis condutores, quase nada, mas, está chegando lá. Será preciso entender o que Kardec queria dizer com fluido. Pois este termo adoptado pelo espiritismo, engloba muitas espécies que nada têm de fluido, cientificamente falando, pois para a física actual e de modo grosseiro um fluido é um gás ou um liquido. Kardec explica em A Génese cap. XIV item 2: «O fluido cósmico universal é, como já foi demonstrado, a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. (Cap. X.) Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como temo médio entre os dois estados. (Cap. IV, nos 10 e seguintes.) Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenómenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados fenómenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita, os outros, qualificados de fenómenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo. Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham incessantemente em contacto, os fenómenos das duas categorias muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenómenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito. (1)» «(1) A denominação de fenómeno psíquico exprime com mais exactidão o pensamento, do que a de fenómeno espiritual, dado que esses fenómenos repousam sobre as propriedades e os atributos da alma, ou, melhor, dos fluidos perispiríticos, inseparáveis da alma. Esta qualificação os liga mais intimamente à ordem dos factos naturais regidos por leis; pode-se, pois, admiti-los como efeitos psíquicos, sem os admitir a título de milagres.» No entanto naquela altura o homem desconhecia o que hoje conhece, daí a confusão do termo "fluido" desta forma, repetimos este cientista – Kardec, deixou-nos sabiamente o caminho para a investigação.

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A Cura pelo Pensamento - A Cura Quântica O Pensamento é um atributo da alma e tem uma acção modeladora do organismo desde a formação do embrião. A acção curativa faz-se através das irradiações fluídicas do pensamento ou pela utilização de formas-pensamento, feitas individualmente ou em grupo de pessoas preparadas para o mesmo objectivo. O pensamento se propaga através do fluido universal, como o som se propaga pelo ar, e alcança distancias consideráveis em segundos, podendo ser utilizado para o tratamento à distancia. Facto documentado por vários cientistas por todo o planeta. As curas pelo pensamento são grandemente beneficiadas com a participação de mais de uma pessoa que se reúnem e, mesmo estando distantes umas das outras, se concentram num mesmo horário para a realização do mesmo objectivo. A cura pelo pensamento pode, portanto, ser realizada a distancia sem limitações., foi o que provou a equipe de cientista chefiadas pelo norte americano Robert N. Miller, bem como tantos outros, em vários hospitais americanos e europeus. O pensamento concentrado é dotado de poder de actuação maior do que o pensamento disperso, semelhante aos raios solares, que, concentrados por uma lente convergente, podem incendiar um objecto inflamável. Os pensamentos positivos têm uma dupla actuação: podem ajudar a própria pessoa que os emite e os pacientes a que se destinam. Toda criatura deve saber que a alegria dos seus semelhantes mais próximos começa muitas vezes num sorriso seu, oriundo de um pensamento bom. O ser que compreende essa verdade pode tornar-se um centro de irradiação de energia, uma fonte de luz e de amor, viver com saúde e alegria, e ter condições para ajudar outras pessoas, através das vibrações dos seus pensamentos rectos. A cura quântica é, essencialmente, a cura espiritual realizada pelo pensamento que é um atributo da alma e ele próprio em nossa opinião de natureza quântica, apesar de fisiologicamente falando ser electroquímico, face à densidade cada criatura. A cura espiritual vem sendo estudada sob um prisma cientifico, à luz dos conhecimentos actuais, que identificam um ponto de encontro entre a ciência e a realidade da alma, através do pensamento. Observar, comparar e julgar - Allan Kardec. Há 150 anos, quando a ciência ainda não havia formulado as bases da teoria quântica, fazendo-se luz no inicio do século XX, Allan Kardec escreveu no livro A Génese, paginas 294-5 item 31, que "O Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substancia do seu envoltório fluídico. A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã", reafirmado pelos espíritos de Joanna de Angelis e de André Luiz. Como as moléculas são formadas de átomos, verifica-se que o sábio de Lion estava certo ao lançar as bases cientificas da cura espiritual centrada na molécula, e pode ser considerado o precursor dos conceitos modernos da actual Medicina. O poder de curar pelo pensamento depende da forca de actuação energética, da vontade, da elevação espiritual e do interesse daquele que se propõe realizar a cura, sendo tanto mais eficaz quanto maiores forem os quanta de energia utilizada para tal fim. O Dr. Deepak Chopra, no livro A Cura Quântica, descreve a cura de doenças como o cancro utilizando a energia mental. Suas observações foram feitas na cidade de Boston, nos Estados Unidos, sob rigoroso controlo de diagnóstico e de evolução dos doentes tratados. A cura quântica evidencia a ligação entre a Ciência e a Moral – a ciência do bem –, a Fé. Desta maneira, já não existe razão para que a Ciência e a Fé se mantenham separadas (quando falamos de fé referimo-nos a uma fé racional, liberta de crendices, superstições e dogmas). Para tanto, vale a pena lembrar as palavras de Thomas Edison, espírito, contidas no livro Reflexões no meu Além de Fora, ditado pelo espírito Delfos, ob. cit. pagina 69, 1 parágrafo, quando afirma que a "Fé sem ciência é fanatismo; ciência sem fé pode ser loucura". Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX – «A Fé Transporta Montanhas »-, podemos analisar e demonstrar sob um prima puramente
cientifico o que o meigo Amigo queria nos transmitir há mais de 2000 anos: "Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. Jesus respondeu. dizendo: Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui esse menino. - E tendo Jesus ameaçado o demónio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demónio? - Respondeu-lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. Mateus, cap. XVII, vv. 14 a 20.)" Item 5. "O poder da fé se demonstra, de modo directo e especial, na acção magnética; por seu intermédio, o homem actua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenómenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o curastes, foi porque não tínheis fé."

Lígia Almeida *
* Médica especialista em Geriatria com sub-especialização na Cardiologia Geriátrica. Pós-graduada a nível de Mestrado em Bioquímica e Farmácia pela Universidade de São Paulo, Brasil. Conferencista e dirigente do CECA – Centro Espírita Caridade por Amor da cidade do Porto e Presidente da AME Porto – Associação Médico-Espírita da Área Metropolitana do Porto.

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07/02/2011

A MEDIUNIDADE DE CARL GUSTAV JUNG

Carl Jung

"Viver psicologicamente significa imaginar coisas... estar na alma é experimentar a fantasia em todas as realidades". (Hillman)

Carl Gustav Jung, criador da psicologia analítica e que, ao contrário de Freud, afirmou que a libido não era apenas um impulso sexual instintivo, mas também uma energia psíquica geral, dirigida para a vontade de viver, teve, durante o decorrer de sua vida, experiências psíquicas que "transcenderam os limites do tempo e do espaço" como gostava de registrar.

A presente abordagem de relatos sobre algumas das experiências transcendentais de Jung, baseada em obras consultadas e que serão relacionadas no final deste artigo, não tem a pretensão de convencer o leitor sobre a teoria da imortalidade da alma (ou da reencarnação) e, sim, levá-lo ao exercício reflexivo sobre este importante tema, que conforme a ótica da psicologia clássica, "são apenas fenômenos psíquicos oriundos de efeitos ilusórios de nossos processos mentais".

PRIMEIRO RELATO: JUNG E A INFÂNCIA

No fundo sentia-me "dois": o primeiro, filho de seus pais, que frequentava o colégio, era menos inteligente, atento, aplicado, decente e asseado que os demais; o outro, pelo contrário, era adulto, velho, céptico, desconfiado e distante do mundo dos homens.

Perturbadíssimo, tomei consciência de que, na realidade, havia em mim duas pessoas diferentes: uma delas era o menino de colégio que não compreendia matemática e que se caracterizava pela insegurança; o outro era um homem importante, de grande autoridade, com quem não se podia brincar - mais poderoso e influente que aquele industrial. Era velho, que vivia no século XVIII, usava sapatos de fivela, peruca branca e tinha, como meio de transporte, uma caleça cujas rodas de trás eram grandes e côncavas e entre as quais o assento do cocheiro ficava suspenso por meio de molas e correia de couro.

SEGUNDO RELATO

Observação: Nesse caso particular, o motivo que o fez recordar foi um incidente na casa de um colega onde passava um período de férias. O dono da casa chamou-lhe enérgicamente a atenção, por causa de uma brincadeira com um barco - que fora proibida - e que por pouco não terminou em tragédia.

Cabisbaixo, reconheci que fizera justamente o que fora proibido. A repressão era, pois, merecida. Mas ao mesmo tempo senti uma raiva de que aquele homem grosseiro, gordo e sem instrução ousasse insultar-me! E não me sentia apenas como um ser adulto, mas como uma autoridade, uma pessoa cheia de importância e dignidade.

O contraste com a realidade era de tal forma grotesco, que meu furor desapareceu de repente. Surgiu, então em mim a pergunta: "Mas afinal quem é você para reagir como se fosse sabe lá o diabo, quem. E é claro que é o outro que está com a razão. Você é um colegial de doze anos, ao passo que o outro é um pai de família, um homem rico e poderoso que possui duas casas e vários cavalos magníficos".

TERCEIRO RELATO

Certo dia, quando habitávamos em Klein-Hüningen, perto da Basiléia, um fiacre verde, muito velho, passara diante da nossa casa vindo da floresta negra. Era uma caleça antiga, como as do século XVIII. Assim que vi, um sentimento de exaltação se apoderou de mim: "Ah, hei-la! É do meu tempo! - tinha a impressão de reconhecê-la, era semelhante aquela que me transportaria! Depois fui invadido por um sentimento estranho, como se eu tivesse sido roubado ou ludibriado no tocante ao meu amado outrora. O fiacre era um vestígio daquele tempo! É difícil descrever o que passou comigo e o que me emocionou tão fortemente: uma espécie de nostalgia? Uma saudade? Uma reminiscência? Era isso, era exatamente isso!".

QUARTO RELATO

Houve ainda um outro incidente que me lembrou do século XVIII. Vira, em casa de uma tia, uma estatueta dessa época, que representava dois personagens em terracota pintada. Um deles era o velho Dr. Stuckelberger, personalidade famosa da cidade de Basiléia. A outra figura representava uma de suas pacientes, com os olhos e a língua de fora. Havia uma lenda a respeito disso. Ora, a figura do velho doutor tinha sapatos de fivela que reconheci estranhamente como meus ou semelhantes aos meus. Estava convencido disso. "Usei esses sapatos". Esta convicção me perturbara de um modo profundo. "Sim, eram realmente os meus sapatos!". Eu os sentia nos pés e não podia compreender essa estranha sensação. Como poderia pertencer ao século XVIII? Acontecia-me, às vezes, datando, escrever 1786 em lugar de 1886 e isto era sempre seguido de um sentimento de inexplicável nostalgia.

QUINTO RELATO: O JUNG ADULTO E OS SONHOS

Recentemente, observei em mim mesmo uma série de sonhos que, com toda a probabilidade, descrevem o processo da reencarnação de um morto de minhas relações. Era mesmo possível seguir, com uma probabilidade não totalmente negligenciavel, certos aspectos dessa reencarnação até a realidade empírica. Mas como nunca mais tive ocasião de encontrar ou tomar conhecimento de algo semelhante, fiquei sem a menor possibilidade de estabelecer uma comparação. Minha observação é, pois, objetiva e isolada. Quero somente mencionar a sua existência, mas não o seu conteúdo. Devo confessar, no entanto, que a partir dessa experiência observo com a maior boa vontade o problema da reencarnação, sem, no entanto, defender com segurança uma opinião precisa.

SEXTO RELATO: A APARIÇÃO DO ESPÍRITO DE UM AMIGO

Uma noite, estava deitado, acordado, pensando na morte súbita de um amigo cujo funeral tinha ocorrido no dia anterior... de repente, senti que ele estava no quarto. Pareceu-me que estava de pé ao lado de minha cama e me pedia que fosse com ele. Eu o segui em minha imaginação. Ele me levou para fora da casa, pelo jardim até a rua e finalmente até a sua casa. Subiu em um banquinho e mostrou-me o segundo dos cinco livros encadernados de vermelho da segunda prateleira a partir do alto. Essa experiência pareceu-me tão curiosa que, na manhã seguinte, fui até a sua viúva e perguntei se podia procurar uma coisa na biblioteca de meu amigo. Evidentemente havia um banquinho diante da estante, como em minha visão, e mesmo antes de chegar perto vi os livros encadernados de vermelho. O título do segundo volume era: "O legado dos mortos".

AS CONCLUSÕES DE JUNG SOBRE A IMORTALIDADE DA ALMA

Em 1956, respondendo ao senhor H. J. Barret, dos Estados Unidos, escreve Jung sobre sua crença na imortalidade da alma:
Ainda que meu tempo seja escasso e minha idade avançada um fato real, tenho gosto em responder às suas perguntas. Não são fáceis como, por exemplo, a primeira: se eu acredito numa sobrevivência pessoal após a morte. Não poderia dizer que acredito nela, pois não tenho o dom da fé. Só posso dizer que sei alguma coisa ou não, como tentarei expor a seguir.

1. Sei que a psique possui certas qualidades que transcendem os limites do tempo e do espaço. Em outras palavras, a psique pode tornar elásticas essas categorias, ou seja, 100 milhas podem ser reduzidas a uma jarda, e um ano a poucos segundos. Isto é um fato do qual temos todas as provas necessárias. Além disso, há certos fenômenos pós-mortem que eu não consigo reduzir a ilusões subjetivas. Por isso, sei que a psique pode funcionar com o empecilho das categorias de espaço e tempo. Ergo ela própria a um ser transcendental e, por isso, relativamente não espacial e "eterna". Isto não significa que eu tenha qualquer tipo de certeza quanto à natureza transcendental da psique. A psique pode ser qualquer coisa.

2. Não há razão alguma para supor que todos os chamados fenômenos psíquicos sejam efeitos ilusórios de nossos processos mentais.

3. Não acho que todos os relatos dos chamados fenômenos miraculosos (como precognição, telepatia, conhecimento supranormal, etc.) sejam duvidosos. Sei de muitos casos em que não paira a mínima dúvida sobre sua veracidade.

4. Não acho que as chamadas mensagens pessoais dos mortos devam ser rechaçadas in globo como ilusões. Immanuel Kant disse certa vez que duvidava de toda história individual sobre fantasmas, etc., mas se tomadas em conjunto, havia algo nelas. Eu examino minuciosamente o meu material empírico e devo dizer que, entre muitas suposições arbitrárias, há casos que me fazem titubear. Tomei como regra aplicar a sábia frase de Multatuli: "Não existe nada que seja totalmente verdadeiro, nem mesmo esta frase".

por Flávio Bastos - flaviolgb@terra.com.br

LIVROS CONSULTADOS / Argollo, Djama. JUNG E A MEDIUNIDADE

Jung, Gustav, Carl. PSICOLOGIA E RELIGIÃO

Richter, Lorena. REFLEXÕES CLÍNICAS SOBRE A TEMÁTICA DA RELIGIÃO

Fábio Bastos
Psicanalista Clínico e Interdimensional
Dirigente mediúnico espírita
www.flaviobastos.com